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Agricultores avisam Governo: "Não é com 140 milhões que se faz baixar preços dos alimentos"

24 mar, 2023 - 17:42 • Anabela Góis

Confederação dos Agricultores de Portugal reage às medidas do Governo para mitigar aumento do custo de vida. À Renascença, Luís Mira diz que ainda não conhece o plano do executivo.

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A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) desconhece o plano do Governo para mitigar os efeitos da inflação nos bens alimentares essenciais, que envolve os produtores, e avisa que 140 milhões de euros é curto.

“Não conheço as medidas, nem de que forma e quanto é que é feito. A CAP está sempre disposta a encontrar uma solução e fará parte dessa solução”, diz à Renascença Luís Mira, da CAP.

A Confederação dos Agricultores de Portugal considera que os 140 milhões anunciados hoje para apoiar a produção é positivo, mas insuficiente para compensar o aumento dos custos de produção e levar à descida dos preços.

“Isto é para atenuar os grandes custos de produção que o setor agrícola teve. O INE apontou para uma quebra de rendimento face a 2022 de 12%. Portanto, não é com 140 milhões que se faz baixar os preços dos alimentos, mas isto é importante e ajuda o setor agrícola. Vamos agora ver de que medidas é que estamos a falar e como é que isto se articula”, sublinha Luís Mira.

A CAP sublinha que a medida só avança com acordo entre Governo e produtores, mas está disposta a fazer parte da solução.

“Sim, mas a CAP estará sempre disposta a fazer parte da solução, mas precisamos de saber quais são as medidas, como é que são e como é a forma de pagamento. O Governo tem uma proposta que eu ainda não vi”, afirma Luís Mira.

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"Não é com 140 milhões que se faz baixar os preços dos alimentos"

O Governo apresentou esta sexta-feira um novo pacote de apoio à economia com medidas que se agrupam em cinco grandes gavetas: redução do IVA, apoio aos agricultores, aumento do subsídio de refeição, aumentos salariais na Função Pública e um apoio direto às famílias mais pobres.

Entre as medidas destaque para o IVA 0% para um cabaz de bens alimentares essenciais, a definir, e apoios aos agricultores para fazer face ao aumento dos custos de produção.

As famílias mais vulneráveis vão receber 30 euros por agregado/mês e mais 15 euros/mês de majoração por criança. Serão, em média, cerca de 360 euros anuais.

A Função Pública vai receber um aumento salarial de 1% e do subsídio de alimentação para 6 euros por dia.

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