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“Outro caso a fundo perdido”? Não, a CGD quer devolver ajuda dos contribuintes

10 jan, 2023 - 15:04 • Sandra Afonso

A garantia foi deixada pelo presidente executivo da Caixa Geral de Depósitos em audiência, esta terça-feira, na comissão parlamentar de Orçamento e Finanças. “O dinheiro na Caixa não desaparece, vai ser devolvido e a um ritmo maior.”

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Sem mencionar casos como o Novobanco ao a TAP, Paulo Macedo disse que a Caixa Geral de Depósitos quer devolver o dinheiro que recebeu dos contribuintes em 2017 e “não se juntar a outros casos que são a fundo perdido”.

Entre os mais mediáticos, nos últimos anos, estão os 3,4 mil milhões injetados no Novobanco e os mais de três mil milhões na TAP. Na CGD estão em causa 3,9 mil milhões de euros (incluindo 2,5 mil milhões de dinheiro fresco) que o banco recebeu do Estado em 2017.

Paulo Macedo admitiu que “não é o objetivo último”, mas “claramente é umas das prioridades da Caixa mostrar que pode haver dinheiro investido em empresas do Estado que é rentável e que é devolvido aos cidadãos”. Disse mesmo que “devolver o dinheiro ao Estado não se trata de público ou privado: é uma obrigação. Senão a Caixa estava como outras instituições que são frequentemente citadas nos jornais por perdas de dinheiro que desaparece”.

Paulo Macedo fez questão de destacar o banco público das restantes empresas estatais: “o dinheiro na Caixa não desaparece, vai ser devolvido e a um ritmo maior”, assegura.

O banco já devolveu mais de 800 milhões de euros ao Estado, através de dividendos, e já sinalizou que vai pagar, dentro de meses, o “maior dividendo da sua história”, depois dos lucros de 692 milhões de euros nos primeiros nove meses de 2022.

Estrangeiros não compravam o Popular por um euro

Paulo Macedo garante que a CGD está mais reforçada e que hoje o Santander não compraria o Banco Popular como aconteceu em 2017.

“É por a Caixa estar hoje como está que, por exemplo, não acontecia hoje um banco estrangeiro comprar o Banif e o Banco Popular por um euro”. O banco público deixou de ser uma “caixinha” sem poder no mercado, acrescenta.

Em 2017 “a Caixa não tinha capital, estava à beira da resolução, tinha seis anos de prejuízos”, lembrou. Hoje seria diferente.

O Santander Totta comprou o Banif por 150 milhões, em 2015, e o Banco Popular por 1 euros, em 2017.

Paulo Macedo garantiu ainda que quer manter a estrutura do banco competitiva, para isso admite novos encerramentos de balcões, mas não este ano. São esclarecimentos aos deputados, numa audiência pedida depois do encerramento de 23 balcões no verão.

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