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G20. Economia a curto prazo ultrapassa preocupações com riscos ambientais

07 nov, 2022 - 03:32 • Marisa Gonçalves , Anabela Góis

Líderes empresariais assumem, este ano, maiores receios com os efeitos da inflação, as crises de dívida e o aumento do custo de vida, em comparação com as questões ambientais, de acordo com um estudo divulgado. Portugal acompanha as mesmas preocupações.

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Os riscos ambientais e cibernéticos são menos valorizados pelos líderes empresariais do G20 do que as preocupações económicas a curto prazo.

De acordo com os novos dados do Fórum Económico Mundial, o impacto da inflação rápida, as crises de dívida e o aumento do custo de vida, são as maiores ameaças à realização de negócios nos próximos dois anos, no âmbito da denominada economia global.

Em comparação com 2021, as questões ambientais foram apresentadas no relatório deste ano enquanto risco significativamente mais baixo para os países do G20. Não obstante a crescente ameaça dos ataques cibernéticos a infraestruturas críticas, este e outros riscos tecnológicos estão entre os cinco principais riscos menos citados este ano. Tais conclusões contrastam fortemente com as de 2021, particularmente em áreas-chave como o risco tecnológico e ambiental.

Segundo os dados do Executive Opinion Survey, que é realizado pelo Centro do Fórum Económico Mundial para a Nova Economia e Sociedade, as respostas de mais de 12.000 líderes empresariais de 122 países, obtidas através de inquéritos efetuados entre abril e agosto de 2022, refletem um claro desconforto e preocupação face a um cenário de tensões geopolíticas agravadas.

O Grupo Marsh McLennan e a Zurich Insurance Group surgem como parceiros do Centro Económico Mundial e integram este estudo.

Gestores nacionais preocupados com inflação e crise do custo de vida

Em declarações à Renascença, Fernando Chaves, especialista de risco da Marsh McLennan Portugal, faz notar que também os líderes empresariais, a nível nacional, tendem a acompanhar estas mesmas preocupações com a Economia, no geral.

“Curiosamente, relativamente a Portugal, e quando comparamos com o G20, o top 3 praticamente não difere. Em primeiro lugar também a inflação rápida e sustentada. Só que os segundo e terceiros lugares trocam. Em segundo lugar está o aumento do custo de vida e, para os portugueses, em terceiro lugar surge a crise da dívida”, sublinha.

Fernando Chaves destaca que “habitualmente, são considerados gestores identificados entre as principais empresas nacionais. Portugal é, curiosamente, um dos países com mais alta taxa de participação quando comparado com o resto da Europa”, acrescenta.

No caso português, o top-5 de riscos são: Inflação rápida e ou sustentada; Crise do custo de vida; Crises da dívida; Graves choques ou volatilidade dos preços dos produtos e matérias-primas (ex: energia, alimentos, metais) e Estagnação económica prolongada.

O especialista de risco da Marsh McLennan Portugal, Fernando Chaves, adianta ainda que “Portugal identifica-se bastante com aquilo que é o perfil de países europeus, da América Latina, Caraíbas, Ásia Oriental e Pacífico onde os riscos económicos, associados à inflação rápida e/ou sustentada, foram identificados como os principais riscos. O que é o oposto daquilo que é a visão do Médio Oriente e África Subsaariana onde há uma maior preocupação com os riscos de natureza social e à crise do custo de vida”.

As mais recentes conclusões do Fórum Económico Mundial antecedem a cimeira do G20 que está marcada para os dias 15 e 16 deste mês, em Bali, na Indonésia.

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