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“Aumentar juros a este ritmo não é para curar o doente, é estrafegá-lo", diz Marcelo

27 out, 2022 - 14:20 • Manuela Pires , Rosário Silva

Presidente da República pede ao BCE travão na escalada dos juros. Questiona se, face à atual conjuntura, não é de suster uma subida que não vai resolver os problemas nem da inflação nem do crescimento económico.

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O Presidente da República (PR) considerou esta quinta-feira que o Banco Central Europeu (BCE) deve “pensar, antes de chegarmos a 2023”, se este é o caminho certo para trilhar em matéria de subida das taxas de juros atendendo à atual conjuntura.

Marcelo Rebelo de Sousa falava aos jornalistas, depois de ter ouvido uma intervenção do ex-vice-presidente do BCE Vítor Constâncio sobre esta matéria, numa iniciativa da Ordem dos Economistas, na Fundação Calouste Gulbenkian.

“Aumentar a este ritmo os juros, não é para curar o doente e acabar por fazer mal à sua saúde”, questionou, Marcelo.

“Apertá-lo, estrafegá-lo, com a ideia de o salvar, isso tem custos na vida das pessoas, nomeadamente no crédito à habitação e na vida em geral? Não é mais negativo nem positivo nas economias?”, prosseguiu, em jeito de reflexão.

“É isto que merece ser pensado no próximo mês, nos próximos meses antes de chegarmos a 2023”, defendeu o PR.

O BCE anunciou, precisamente esta quinta-feira, a subida das taxas de juro em 75 pontos base, levando a taxa diretora para os 2% e a taxa de depósitos para os 1,5%.

Trata-se da terceira subida das taxas de juro desde o início do verão, pondo fim a uma década de política monetária expansionista. Em julho começou com um aumento de 50 pontos base e em setembro acelerou para uma subida de 75 pontos base, que é agora repetida.

Desde 2008 que as taxas de juro não estavam tão elevadas na União Europeia e o BCE pode não parar aqui, com o banco central a decidir sobre novas subidas a cada reunião.

Para Marcelo Rebelo de Sousa, “vale a pena pensar, e pensar o mais próximo possível, se é de continuar este galope, porque pode ser a maneira não certa, não correta de resolver o problema, nem o da inflação, nem o do crescimento económico",

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