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"Agendas mobilizadoras" vão provocar "efeito de trampolim" na economia, garante Costa

17 set, 2022 - 16:09 • Lusa

Portugal precisa de produtos e serviços de maior valor acrescentado porque "só assim é que o emprego é sustentável e o aumento dos salários é também possível", de acordo com o primeiro-ministro.

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O primeiro-ministro considerou este sábado que o programa "Agendas Mobilizadoras" está a ter "grande sucesso" e vai produzir um "efeito de trampolim" na economia portuguesa, com a criação de bens e serviços de maior valor acrescentado.

António Costa falava no Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa, numa cerimónia em que foram assinados mais 18 contratos do programa de apoio à inovação "Agendas Mobilizadoras para a Inovação Empresarial", com dotação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Este programa apoia projetos apresentados por consórcios entre empresas e entidades científicas e tecnológicas. Na sessão de hoje, foram assinados contratos que abrangem setores como a ferrovia, aeroespacial, saúde, mobilidade, biotecnologia marítima e indústria têxtil.

"A verdade é que muito rapidamente foi possível lançar este programa e este programa ter tido o sucesso que teve. E o sucesso mede-se de uma forma muito simples: a dotação inicial eram 930 mil milhões, a dotação final são 3 mil milhões de euros. Tivemos de mais de triplicar a dotação para dar resposta à enorme mobilização que o tecido empresarial teve, que o sistema científico", afirmou o primeiro-ministro.

António Costa referiu que, no total, estes projetos "significam um investimento de mais de 7 mil milhões de euros na economia portuguesa entre 2022 e 2026" e considerou que "mais importante do que este investimento é o efeito reprodutivo que este vai ter", um "efeito de trampolim" na economia portuguesa, quando estiverem criadas novas fábricas, produtos e serviços.

"Aí é que efetivamente a economia vai crescer mais, porque significa que vamos ter bens e serviços de maior valor acrescentado a serem comercializados, vamos ter redução de importações, para além de aumento de exportações, e vamos ter uma economia mais resiliente e mais competitiva", acrescentou, antevendo que o "grande sucesso" deste programa "será replicável no futuro com sucesso ainda maior".

O primeiro-ministro defendeu que Portugal precisa de produtos e serviços de maior valor acrescentado porque "só assim é que o emprego é sustentável e o aumento dos salários é também possível".

"E se queremos efetivamente que isto tudo aconteça numa trajetória em que o Estado vai saneando as suas finanças públicas e em que chegamos ao final da legislatura com um peso da dívida no produto abaixo dos 100%, nós temos mesmo de fazer crescer a nossa economia com base naquilo que é fundamental: o investimento no tecido empresarial, o investimento privado, que o Estado pode e deve ajudar a alavancar", sustentou.

Segundo António Costa, "o investimento no tecido empresarial, o investimento privado, que o Estado pode e deve ajudar a alavancar" é essencial para assegurar crescimento económico e uma trajetória de saneamento das finanças públicas e de redução da dívida.

Com as assinaturas de hoje, 31 dos 51 consórcios aprovados na fase final das "Agendas Mobilizadoras" já assinaram contratos, "que envolvem até ao momento 756 empresas, 451 das quais pequenas e médias empresas (PME), e um total de 86 entidades do sistema científico nacional", disse.

No seu entender, este é "o programa mais inovador e diria mesmo o mais interessante dos muitos programas que estão contidos no PRR, porque é um verdadeiro trampolim para a transformação da economia portuguesa".

Antes, discursou o ministro da Economia, António Costa Silva, que comparou o programa "Agendas mobilizadoras" a um "grande salto em frente".

"Apesar das grandes dificuldades que enfrentamos em consequência da guerra da Ucrânia perpetrada pela invasão bárbara da Rússia, apesar de tudo isto eu penso que o país está preparado, do ponto de vista empresarial, do ponto de vista científico, do ponto de vista tecnológico para dar este grande salto em frente, muito obrigado", declarou o ministro.

António Costa Silva falou sobre cada um dos 18 contratos hoje assinados, que envolvem projetos "para se construir o primeiro carro elétrico leve no país" e para "o desenvolvimento de sensores de papel para serem inseridos em embalagens inteligentes", entre outros.

Relativamente ao setor da saúde, o ministro divulgou que na segunda-feira irá reunir no Ministério da Economia "as grandes empresas da área da saúde, os laboratórios, a investigação clínica, as instituições" com vista à criação de "uma política industrial da saúde".

Esta cerimónia contou também com a presença das ministras da Presidência, Mariana Vieira da Silva, e da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Elvira Fortunato.

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