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​Setor têxtil pede ao Governo “lay-off de guerra”

16 set, 2022 - 15:03 • Carla Fino

As medidas apresentadas pelo Governo de apoio às empresas "vão na direção certa", mas falta perceber se a dose é adequada ou é preciso mais, afirma Mário Jorge Machado.

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A Associação Têxtil de Portugal (ATP) apela a um “lay-off de guerra”. Considera que as medidas apresentadas pelo Governo para as empresas vão no sentido certo, mas é preciso conhecer alguns pormenores para perceber se são as adequadas.

À Renascença, o presidente da ATP, Mário Jorge Machado, diz que é preciso a dose certa para as empresas sobreviverem.

"As medidas vão na direção certa, agora estamos aqui a falar se o alcance é maior ou menor. Isto porque o alcance ir na direção certa é o mesmo que, por exemplo: eu tenho uma infeção e devia tomar um comprimido antibiótico todos os dias para eliminar a infecção. Se tomar meio comprimido, vou morrer, na mesma, da infeção. Pode é demorar mais algum tempo. Não me é suficiente a dose.”

Para Mário Jorge Machado, o mesmo se passa aqui com os apoios do Governo às empresas. “Estão na dose certa, mas têm de ser na quantidade suficiente para permitir que a empresa continue a viver, que a economia continue a funcionar. É esta situação que agora tem de se ver nos detalhes se as doses são as adequadas", afirma.

Um dos grandes problemas da indústria têxtil é o consumo de gás, que foi fortemente afetado pelos aumentos provocados pela guerra na Ucrânia, com os constantes aumentos na fatura.

Mário Jorge Machado defende um 'lay-off' de guerra, isto porque as empresas estão com diminuição da procura.

"Seria importante haver um 'lay-off de guerra', porque a guerra - e neste caso estamos aqui com uma guerra bélica e com uma guerra económica e a guerra económica está a fazer estragos nas empresas que estão na primeira linha de combate que são estas empresas que são fortemente consumidoras de gás”, apela o presidente da ATP.

“Se nós não lhes dermos várias armas para as empresas poderem estar neste combate, estas podem ser vítimas da guerra económica que o senhor Putin está a fazer à Europa. Porque são estas empresas que estão a suportar o esforço de guerra do senhor Putin. Porque quem pagava 100 mil e agora está a pagar 500 mil, está a suportar o esforço de guerra", sublinha.

O ministro da Economia, António Costa e Silva, anunciou na quinta-feira à tarde um pacote de medidas de apoio às empresas, no valor de 1.400 milhões de euros, para ajudar a mitigar os efeitos da escalada da inflação.

O Governo vai reforçar o apoio às indústrias intensivas no consumo de gás. O programa de 160 milhões de euros vai ser reforçado para 235 milhões de euros. Destaque também para uma linha de crédito de 600 milhões de euros.

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