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Banco Central Europeu confima fim da compra de dívida e subida da taxa de juro em julho

09 jun, 2022 - 14:33 • Lusa

Instituição liderada por Christine Lagarde decidiu ainda manter a taxa de juro aplicável às operações principais de refinanciamento e as taxas de juro aplicáveis à facilidade permanente de cedência de liquidez e à facilidade permanente de depósito.

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O Banco Central Europeu (BCE) manteve esta quinta-feira as taxas de juro, mas anunciou que as compras líquidas de ativos ao abrigo do programa APP terminam em julho, mês no qual avança com uma subida de 25 pontos base.

De acordo com o comunicado divulgado após o fim da reunião de política monetária, a instituição presidida por Christine Lagarde anunciou que decidiu manter a taxa de juro aplicável às operações principais de refinanciamento e as taxas de juro aplicáveis à facilidade permanente de cedência de liquidez e à facilidade permanente de depósito em 0,00%, 0,25% e -0,50%, respetivamente.

No entanto, confirmou a expectativa de que as aquisições líquidas de ativos ao abrigo do seu programa de compra de ativos (Asset Purchase Programme - APP) sejam concluídas a partir de 1 de julho e anunciou que irá aumentar a taxa de juro diretora em 25 pontos base na reunião de julho.

Em comunicado, o BCE explica que pretende continuar a reinvestir, na íntegra, os pagamentos de capital de títulos a vencer adquiridos ao abrigo do APP por um período de tempo alargado após a data em que começa a aumentar as taxas de juro diretoras e, em qualquer caso, pelo tempo necessário para manter amplas condições de liquidez e uma orientação de política monetária adequada.

No que respeita ao programa de compra de emergência pandémica (PEPP), o Conselho do BCE pretende reinvestir os pagamentos de capital dos títulos com vencimento adquiridos ao abrigo do programa até pelo menos o final de 2024.

Além da decisão do fim da compra de ativos, o BCE detalha que fez "uma análise cuidadosa das condições que, de acordo com as suas orientações futuras, deverão ser satisfeitas antes de começar a aumentar as taxas de juro diretoras do BCE", considerando que as "condições estavam preenchidas".

"Assim, e em linha com a sequência de política do Conselho do BCE, o Conselho do BCE pretende aumentar as taxas de juro diretoras do BCE em 25 pontos base na sua reunião de política monetária de julho", informa, sinalizando ainda esperar voltar a aumentar as taxas de juro diretoras em setembro.

"A calibração desse aumento da taxa dependerá da atualização das perspetivas de inflação de médio prazo. Se a perspetiva de inflação no médio prazo persistir ou se deteriorar, um incremento maior será apropriado na reunião de setembro", disse.

O BCE sublinha que, depois de setembro, com base na avaliação atual, antecipa que "será adequada uma trajetória gradual, mas sustentada de novos aumentos das taxas de juro".

"Em linha com o compromisso do Conselho do BCE com a sua meta de médio prazo de 2%, o ritmo a que o Conselho do BCE ajusta a sua política monetária dependerá dos dados recebidos e da forma como avalia a evolução da inflação a médio prazo", vinca.

O Conselho do BCE garante também que continuará a acompanhar as condições de financiamento dos bancos e a assegurar que o vencimento das operações da terceira série de operações de refinanciamento de prazo alargado direcionado (TLTRO III) não prejudica a transmissão harmoniosa da sua política monetária, sinalizando que irá também avaliar regularmente a forma como as operações de crédito direcionadas estão a contribuir para a orientação da sua política monetária.

Conforme anunciado anteriormente, as condições especiais aplicáveis ao abrigo do TLTRO III irão terminar em 23 de junho de 2022.

O BCE garante também que, "em condições de 'stress', a flexibilidade continuará a ser um elemento da política monetária sempre que ameaças à transmissão da política monetária comprometam a obtenção da estabilidade de preços".

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