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"Estamos a ser sufocados". Transportadores de mercadorias admitem protesto nunca visto

06 jun, 2022 - 18:09 • Teresa Almeida

A Antram diz que o Governo tem vindo a fazer ouvidos moucos aos apelos do setor e há medidas que têm de ser postas em prática imediatamente.

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A Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram) alerta que, se o Governo não tomar medidas, o setor pode assistir nos próximos tempos a protestos nunca vistos.

Perante a escalada do preço dos combustíveis, a maior associação do setor já fala em protestos bem visíveis. A Antram sempre foi mais tolerante em todas as crises do setor, mas desta vez admite que não há outra forma de chamar a atenção do Governo.

Podem estar em cima da mesa formas de protesto mais duras, nomeadamente paralisações, afirma o presidente da Antram, Pedro Polónio, em declarações à Renascença.

“Até agora, a Antram teve sempre uma postura da maior contenção possível, mas aquilo que sentimos nos nossos associados não é saudável e aponta, como nunca senti na minha experiência pessoal, para esse tipo de medidas”, sublinha o dirigente.

Questionado até quando admite o setor dos transportes de mercadorias esperar por uma resposta do Governo, Pedro Polónio responde: “temos que atuar no imediato, nestes dias”.

A Antram diz que o executivo tem vindo a fazer ouvidos moucos aos apelos do setor e há medidas que têm de ser postas em prática imediatamente.

Pedro Polónio pede o regresso do combustível profissional e o pagamento dos apoios prometidos já há mais de três meses.

“Essa redução do ISP tem que ser rapidamente substituída pelo IVA, para que o gasóleo profissional seja reposto aos transportadores. Caso assim não possa ser feito, tem que ser instituído um mecanismo de reposição de gasóleo profissional aos transportadoras, o mais rápido possível, sem prejuízo de outras ajudas”

A Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias diz que o setor está no limite e promete fazer protestos com uma dimensão nunca antes vista.

Márcio Lopes é um exemplo de um empresário dos transportes de mercadorias em grandes dificuldades.

Com 15 camiões na estrada e quase 20 funcionários, este empresário teme ter que despedir ou até parar.

Em declarações à Renascença, Márcio Lopes fez as contas e diz que só com o combustível gasta mais 42% este ano, do que no ano passado na mesma altura.

"De há um mês e meio para cá, nós estamos a ser sufocados porque o Governo tirou os 14 cêntimos que nós tínhamos. Tenho receio que parem todas as frotas. Vou tentar aguentar o máximo que possa, mas não está fácil", alerta o empresário.

Comentários
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  • Miguel
    07 jun, 2022 Oleiros 10:23
    Todas as empresas de transportes de mercadorias deverão fazer greve 15 dias úteis às gasolineiras,apenas abastecer bombeiros, aviões, transportes públicos, deverão anular as entregas aos grandes grupos de abastecimento tipo continente pingo doce etc.e não ceder a pressões nenhumas !!! apenas levantar a greve quando forem apresentadas soluções imediatas e em vigor!

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