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Estudo AEP

Portugal arrisca tornar-se o quarto mais pobre da União Europeia até 2030

03 mai, 2022 - 20:02 • Diogo Camilo e Núria Melo

Associação Empresarial de Portugal apresentou um estudo para “recolocar Portugal no top-15 dos países europeus mais desenvolvidos”, avançando propostas e exigindo um crescimento no PIB de, pelo menos, 5,2% ao ano de 2023. Marcelo diz que as metas são "muito ambiciosas".

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Foto: Gonçalo Costa
Foto: Gonçalo Costa

O presidente da Associação Empresarial de Portugal (AEP) avisa que, "se tudo se mantiver como está, a nível político e económico, Portugal cairá para o quarto pior da Europa" no que ao poder de compra diz respeito.

No dia do 173º aniversário, a AEP apresenta um estudo com o objetivo de “recolocar Portugal no top-15 dos países europeus mais ricos”.

Para a concretização destas metas a AEP apresenta uma proposta em dois eixos: "um primeiro para corrigir as debilidades estruturais e custos de contexto" e um segundo para acelerar o desenvolvimento de "potencial industrial". Luís Miguel Ribeiro fala na necessidade de "uma forte orientação dos fundos europeus para as empresas e para a competitividade sustentável".

Numa cerimónia com direito à intervenção do Presidente da República. Marcelo Rebelo de Sousa diz que "as metas apresentadas são muito ambiciosas". Admite que com o fim da pandemia foram notórios os "efeitos da inflação" e com o início da guerra "ainda não são conhecidos esses efeitos".

Uma cerimónia onde a AEP deu a conhecer as centenas de medidas em “Do Pré ao Pós Pandemia - Os Novos Desafios”, que será entregue ao Governo, e no qual é feito um diagnóstico da última década, disseca o período de pandemia da Covid-19 e lança propostas e objetivos para os próximos oito anos.

Presente esteve também o ministro da Economia, António Costa Silva, que acredita "todos esses objetivos só serão possíveis se Portugal deixar o individualismo e trabalhar como uma equipa de 10 milhões".

Para que Portugal se torne um país top-15 da UE, referem os empresários, será necessário que "o PIB cresça em termos reais, pelo menos, 5,2% ao ano de 2023 a 2030,6 através do aumento da produtividade (e da competitividade) e do emprego".

E deixam um alerta: "Na ausência de alterações substanciais de política, de acordo com cálculos da AEP com base em dados da Comissão Europeia e algumas hipóteses simplificativas, Portugal passaria do sexto PIB per capita mais baixo da UE em 2023, para o quarto pior em 2030". Devido ao baixo nível de produtividade, Portugal arrisca-se mesmo cair para terceiro mais pobre da UE.

Portugal está hoje em 21.º lugar no "ranking" europeu do PIB per capita em paridades de poder de compra.

Entre as propostas da AEP para esta década estão a recapitalização e reforço do capital de risco, incentivos ao reinvestimento com reforço do DLRR - Regime de Dedução por Lucros Retidos e Reinvestidos e melhoria do regime de crédito fiscal de investimento, tomadas de posições do Banco Português de Fomento (BPF), dos Fundos de Investimento e das Sociedades de Capital de Risco, serão necessárias medidas do Programa Capitalizar e outras propostas da Unidade de Missão para a Capitalização que não foram implementadas.

A organização formada sobretudo por empresas da região Norte pede ainda que seja assegurada uma banca saudável, capaz de apoiar as empresas, e uma reindustrialização e orientação de fundos europeus, além da criação de instrumentos atrativos de poupança das famílias canalizada para as empresas.

A AEP traça ainda como meta alocar pelo menos 67% das verbas do PT 2030 e 100% das subvenções reprogramadas do PRR para as empresas.

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  • Sara
    03 mai, 2022 Lisboa 20:01
    Normal, em Portugal só os outros tem direitos, impostos e impostos para garantir pensões milionárias e subsídios, para as próximas eleições, há que lembrar que somos cada vez mais menos portugueses, quem fica com lugares na administração pública e qual é a razão? E vivem cá a uns aninhos. Salário mínimo miseral para quem trabalha tanto. O país com tão pouco direitos para os seus, viver à custo de antidepressivos, difícil lidar com tanta injustiça, esqueceram se de nós.

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