Tempo
|
A+ / A-

Conversas na Bolsa

Nadim Habib. “Precisamos muito mais de liderança, não de líderes”.

07 abr, 2022 - 18:53 • Isabel Pacheco

Para o economista é preciso mais capacidade de liderança nas empresas para enfrentar as mudanças. Esta foi uma das lições da pandemia que mostrou que os portugueses são capazes de mudar em pouco tempo. Nadim Habib foi o convidado, esta quinta-feira, das "Conversas da Bolsa" dedicadas à “produtividade em tempos de mudança”.

A+ / A-

Mais do que líderes é preciso “capacidade de liderança” nas empresas portuguesas, defendeu o economista Nadim Habib, orador convidado das "Conversas na Bolsa" desta quinta-feira, no Palácio da Bolsa, no Porto.

Habib aponta a falta de liderança como uma das falhas dos empresários para enfrentar os atuais tempos de mudança: “Eu preciso de competências de liderança para lidar com a mudança. Os líderes, na sua essência, ajudam a sua equipa a lidar com a ansiedade da mudança. O que temos visto nos últimos anos tem sido muito mais mudança e, por isso, precisamos muito mais de liderança, não de líderes”, explica.

Para o, também, professor da Nova School of Business and Economics, a forma como o país se adaptou às alterações impostas pela Covid-19 foi uma das lições a reter da pandemia.

Se, por um lado, a crise mostrou que os “portugueses são capazes de se adaptarem”, por outro, revelou, que as empresas “não estavam prontas para mudar”, reconhece.

As pessoas fazem as empresas. Mas quem lidera tem de estar disposto a mudar

“A primeira lição da pandemia é que muitas das alterações que fizemos na nossa forma de trabalhar por causa da pandemia já faziam sentido antes. Temos de reconhecer que as nossas empresas não estavam prontas para mudar. Muitas coisas já deviam ter sido feitas antes”, diz Habib.

“Mas, a boa noticia é que temos as pessoas para mudar. E as pessoas fazem as empresas. Mas quem lidera tem de estar disposto a mudar. Esse é o desafio”, aponta.

Mais capacidade de liderança, mas, também, “melhor organização” das empresas que evite o “desperdício de talento” são alguns dos caminhos apontados pelo, também, consultor internacional, para uma economia mais competitiva.

“Muito da nossa forma de organizar pessoas no trabalho vem dos anos 70, o que cria dificuldade de aproveitar o talento dos juniores na empresa”, explica. “Esta transição é crítica”, ressalva. Caso contrário “a mão de obra qualificada vai procurar noutros países organizações dispostas a trabalhar de forma diferente”, acrescenta.

Nadim Habib, economista e consultor internacional nas áreas de estratégia, inovação e criatividade, foi o convidado da última edição das “Conversas na Bolsa” no Palácio da Bolsa, no Porto, uma organização da Associação Comercial do Porto dedicada ao tema da “produtividade em tempos da mudança”.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+