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Greve de camionistas em Espanha cria problemas à economia nacional

21 mar, 2022 - 17:24 • Redação

Bloqueios nos transportes de mercadorias em Espanha está a criar muitos problemas à economia portuguesa.

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A greve dos transportadores de mercadorias espanhóis está a criar graves problemas a vários setores em Portugal, nomeadamente, a indústria da pesca, que já tem barcos parados e não consegue escoar o que é pescado no Oceano Atlântico.

À Renascença, Pedro Jorge Silva, da Associação de Armadores de Pesca Industrial, garante que o setor está praticamente parado e a perder milhares de euros por dia.

Só na sua empresa são quatro barcos que não circulam e 100 mil euros por dia de perdas.

“Temos neste momento barcos a pescar no norte de Espanha, e que estão com problemas de não o poder fazer porque não circulam as mercadorias. Acabei de receber notícias vindas de Espanha de que correu muito mal a reunião do setor dos transportes com o Governo. Vamos continuar com esta situação que é profundamente dramática”, explicou.

O mesmo acontece no setor agrícola, também já com falta de escoamento de produtos, na sua maioria perecíveis.

À Renascença, o presidente da CAP, Eduardo Oliveira e Sousa, diz que já foi pedido ao governo português que sensibilize o executivo de Pedro Sanchéz para que seja criado um corredor verde para permitir a circulação dos camiões nacionais.

“Já houve tentativas de pedir ao governo que intercedesse junto do governo espanhol no sentido de criar um corredor verde por onde possam circular os camiões por onde possam circular os camiões que tragam produtos alimentares e perecíveis”, afirmou.

“Vamos aguardar e ver se há sensibilidade das autoridades que camionistas tem dificuldade em aceitar porque há sempre a possibilidade de haver represálias pelo caminho”, acrescentou.

Também a Confederação Empresarial de Portugal diz estar já a sentir dificuldades nos transportes. Para o presidente da CIP António Saraiva, o caso começa a criar constrangimentos nas empresas nacionais, sendo que esta situação trará problemas acrescidos aos que já são sentidos pelas empresas portuguesas e que "é transversal a exportadores e importadores".

Sobre a possibilidade desta paralisação, contagiar tambem o setor dos transportes em Portugal, a ANTRAM (Associação Nacional de Transportes Públicos) avança que no nosso país não estará a ser preparada qualquer ação nesse sentido.

O porta-voz da Associação, Matias de Almeida diz compreender as razões e as dificuldades deste setor, mas prefere, por agora, a via do diálogo.

"Qualquer tipo de protestos, sejam eles mais organizados, ou menos organizados, não serão secundados pela ANTRAM, mas compreendemos o desespero que estas empresas vivem, compreendemos os seus anseios e estamos solidários com a causa mas não com o método", salienta.

Até à data, a ANTRAM tem conhecimento de alguns casos isolados de piquetes de greve em Espanha onde alguns transportadores portugueses foram parados. "Mas a Polícia resolveu a situação. Não é conhecido por nós nenhum caso de alarme", remata.

[notícia atualizada às 18h32]

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