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Saldos regressam, mas lojistas criticam limite ao número de clientes

09 jan, 2022 - 11:50 • José Bastos , João Carlos Malta

Gonçalo Lobo Xavier, líder da Associação de Empresas de Distribuição, lamenta que o Governo insista na limitação de uma pessoa por cinco metros quadrados.

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Os saldos regressam amanhã, segunda-feira, após terem sido adiados. O facto é considerado positivo, mas Gonçalo Lobo Xavier diz não perceber as limitações.

O diretor-geral da APED - Associação de Empresas de Distribuição - questiona a continuidade do limite de um cliente por cada 5 metros quadrados nas lojas.

“Temos vindo a dizer nos últimos 23 meses que não é nos espaços comerciais que o vírus se transmite”, defende Lobo Xavier.

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E acrescenta que com “uma taxa de vacinação deste tipo, com as normas de segurança que temos defendido e imposto nos nossos espaços comerciais, o Governo insistir numa limitação dentro dos espaços comerciais, é algo que nos intriga e que nos parece que não beneficia, nem a saúde pública, nem a saúde económica destas empresas”.

O Governo decretou, como uma das novas medidas para evitar a expansão do número de casos de Covid-19, a proibição da muito procurada época de saldos depois do Natal.

As lojas ficam, assim, impedidas de realizar saldos entre 25 de dezembro e 9 de janeiro. No comunicado do Conselho de Ministros de terça-feira pode ler-se que, “entre os dias 25 de dezembro de 2021 e 9 de janeiro de 2022, são proibidas, em estabelecimento, práticas comerciais com redução de preço”.

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Gonçalo Lobo Xavier considera também para que estas medidas podem-se tornar contraproducentes e alerta para o risco da formação de filas no exterior das lojas.

“Existirem, nesta fase, rácios dentro das lojas, quando são espaços seguros, parece-nos que não faz qualquer sentido. Houve um período antes do Natal em que já não havia nenhuma limitação em loja, e não houve qualquer problema de saúde pública nessa matéria”, afiança.

E por isso, limitar os rácios de pessoas nas lojas, na ótica do líder associativo, “a única coisa que faz é que haja filas, quando há muita afluência”, e aí sim considera que “é perigoso e pode haver ajuntamentos que não são benéficos para a saúde pública”.

Lobo Xavier diz ser difícil recuperar as vendas que ficaram por fazer em saldos.

“Uma venda que não é feita hoje, não é recuperada amanhã, e este período de mais de duas semanas em que as operações não puderam ser realizadas, não estaremos em condições de dizer que vamos recuperar as vendas que não forem feitas”, remata.

Na última semana, a Associação das Marcas de Retalho e Restauração (AMRR) exige o fim imediato da proibição da semana de saldos.

O alerta surgiu esta quarta-feira, horas depois de conhecidos os resultados de um inquérito feito junto de cerca de 3.500 lojistas, que aponta para perdas acima dos 51% nas vendas entre 26 e 31 de dezembro, em relação ao mesmo período de 2019.

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  • João Oliveira
    09 jan, 2022 John.olli 19:35
    As pessoas/comerciantes/dono/cidadãos são demais. Quando as restrições chegam a sua porta, reagem logo com ‘aqui não’ e dizem que não são responsáveis pela situação atual. Mas a verdade é que temos um número recorde de casos, os hospitais estão a apinhados, e algumas pessoas ainda morrem. Com tanta gente alheia a culpa, então onde raios se apanha esta doença?

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