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Entregas em casa. Supermercados pouco transparentes sobre custos, diz Deco

21 dez, 2021 - 15:27 • Sandra Afonso

Os custos variam entre supermercados e dependem “do valor da encomenda, do período horário ou da zona de entrega”. Em alguns sites nem é possível perceber quanto se vai pagar.

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Analisados os serviços de entregas de 11 supermercados online em Portugal continental, a associação de defesa do consumidor Deco concluiu que nem sempre é fácil encontrar a informação sobre os custos de entrega de forma rápida, clara e concreta.

Não existe um valor fixo para a entrega, os custos variam entre supermercados e, “com frequência, até no mesmo supermercado”. Dependem “do valor da encomenda, do período horário ou da zona de entrega”, refere a Deco Proteste.

Em três supermercados (Continente, Intermarché e E.Leclerc) não foi possível apurar os custos de envio através do site – só depois do registo e através de uma simulação de encomenda é que foi dado o valor exato a pagar pela entrega.

A associação considera que esta prática de revelar o custo só no fim não é a mais adequada, “uma vez que o consumidor deve poder ter acesso a esta informação antes de iniciar o processo de compra, para ser um verdadeiro critério de escolha”.

O estudo conclui ainda que a informação é apresentada de forma confusa e o consumidor iria beneficiar se fosse simplificada. “As tabelas de custos de entrega de alguns supermercados online são complexas, apresentam valores a cobrar em função de múltiplos fatores, apresentam até tabelas diferentes conforme a loja física que entrega”.

Um destes casos é o E.Leclerc Online. Uma entrega na zona do Seixal custava 2,50 euros, mas em Braga ou em Oeiras já são 5,90 euros. O cliente só sabe quanto vai custar a entrega quando está a finalizar a encomenda – até lá, o site não avança qualquer informação sobre os custos associados.

No Continente, o cliente fica a saber que o custo da entrega depende do dia, período horário e área, mas também só fica a saber o valor quando finaliza a compra.

Segundo as simulações da Deco Proteste, uma entrega em Lisboa, numa quarta-feira, no período entre as 18h e as 20h30, custaria 5,99 euros. Se a entrega fosse entre as 18h e as 22h30 eram 4,99 euros. Ao domingo, nos mesmos horários, a entrega custava mais um euro.

Outros supermercados disponibilizam toda a informação sobre os custos de entrega antes do processo de compra. É o caso do Froiz, que entrega em casa, por 4 euros, compras abaixo dos 50 euros. Em compras entre os 50 e os 100 euros, a entrega custa 2 euros; acima dos 100 euros, deixa as compras em casa de forma gratuita.

A lei obriga os fornecedores de bens e serviços a disponibilizarem toda a informação sobre os encargos de uma compra, antes da celebração de um contrato, ou seja, antes da compra ser finalizada.

“A Deco Proteste concorda com esta regra, mas entende que, para os custos de entrega também serem um critério de escolha do supermercado online, é importante que a informação possa ser consultada pelo consumidor a qualquer momento.”

A associação disponibiliza ainda, no seu site, uma calculadora para os custos das compras de supermercado online, em https://www.deco.proteste.pt/familia-consumo/supermercado/simule-e-poupe/supermercados-online-qual-vende-mais-barato).

As marcas analisadas no estudo foram: Apolónia, Auchan, Comuniti, Continente, E.Leclerc, El Corte Inglés, Froiz, Intermarché, Minipreço, Pingo Doce e Spar.

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