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Economia portuguesa cresceu 4,2% no terceiro trimestre

30 nov, 2021 - 14:36 • Lusa

O consumo público aumentou 3,7% em termos reais no terceiro trimestre.

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O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 4,2% no terceiro trimestre em termos homólogos e subiu 2,9% em cadeia, confirmou o Instituto Nacional de Estatística (INE) nas Contas Nacionais Trimestrais hoje divulgadas.

“O Produto Interno Bruto (PIB), em termos reais, registou uma variação homóloga de 4,2% no terceiro trimestre de 2021. No trimestre anterior, a variação homóloga do PIB tinha sido 16,1%, em grande medida, devido ao forte impacto da pandemia no segundo trimestre de 2020”, refere o INE.

Segundo o instituto estatístico, o crescimento do PIB no terceiro trimestre de 2021 “refletiu a diminuição gradual das restrições impostas pela pandemia, após dois trimestres com resultados opostos: a forte redução do PIB no primeiro trimestre (-3,3%), determinada pelo confinamento geral, e um aumento de 4,4% no segundo trimestre, marcado pelo levantamento gradual das restrições à mobilidade”.

De julho a setembro, “o contributo da procura interna para a variação homóloga do PIB foi positivo, mas menos intenso do que o observado no trimestre anterior”.

Por sua vez, “o contributo da procura externa líquida manteve-se negativo no terceiro trimestre, verificando-se um aumento das importações de bens e serviços ligeiramente mais pronunciado que o crescimento das exportações de bens e serviços”.

“Refira-se ainda que, no terceiro trimestre de 2021, os deflatores das importações e das exportações registaram crescimentos acentuados, sobretudo relacionados com a evolução dos preços dos produtos energéticos e das matérias-primas, prolongando-se a perda nos termos de troca observada no trimestre precedente”, acrescenta o INE.

Face ao segundo trimestre de 2021, o PIB aumentou 2,9% em termos reais, verificando-se “um contributo positivo da procura externa líquida [1,8 pontos percentuais] para a variação em cadeia do PIB, após ter sido negativo no segundo trimestre [-0,7 pontos percentuais], e um contributo positivo menos intenso da procura interna [1,1 pontos percentuais, face a 5,1 pontos percentuais no trimestre precedente]”.

Os números hoje conhecidos confirmam os avançados na estimativa rápida divulgada em 29 de outubro passado pelo INE, que no terceiro trimestre apontava precisamente para um crescimento homólogo de 4,2% do PIB (+16,1% no segundo trimestre de 2021 e -6,3% no terceiro trimestre de 2020) e de 2,9% em cadeia.

O Governo prevê que o PIB cresça 4,8% em 2021 e 5,5% em 2022.

Segundo as estimativas preliminares hoje divulgadas, em termos nominais, o PIB aumentou 4,9% no terceiro trimestre de 2021 face ao mesmo período de 2020, o que compara com variações de 15,2% no trimestre anterior e de -5,1% no mesmo trimestre de 2020.

O INE precisa que o contributo positivo da procura interna para a variação homóloga do PIB em volume no terceiro trimestre foi de 4,7 pontos percentuais, ficando abaixo do verificado no trimestre anterior (16,6 pontos percentuais), num resultado “fortemente influenciado pela comparação incidir no período de maiores restrições à atividade económica devido à pandemia covid-19”.

Por componentes da procura interna, o consumo privado (Despesas de Consumo Final das Famílias Residentes e das Instituições Sem Fim Lucrativo ao Serviço das Famílias) registou uma variação homóloga de 4,6% (18,8% no segundo trimestre de 2021 e -4,7% no terceiro trimestre de 2020)”.

Já o consumo público aumentou 3,7% em termos reais no terceiro trimestre (variação homóloga de 9,8% no segundo trimestre) e o investimento passou de um crescimento de 12,3% no segundo trimestre para 5,8% (-9,6% no terceiro trimestre de 2020)”, tendo diminuído 2,2% face ao trimestre anterior.

De julho a agosto, a procura externa líquida “manteve o mesmo contributo negativo” para a variação homóloga do PIB (-0,5 pontos percentuais) do trimestre anterior (-1,9 pontos percentuais no terceiro trimestre de 2020).

As exportações de bens e serviços passaram de uma variação homóloga de 39,8% em termos reais no segundo trimestre para 10,2% (variação de -15,6% no terceiro trimestre de 2020), enquanto as importações aumentaram 11,0% (contra -11,1% no terceiro trimestre de 2020 e 36,3% no segundo trimestre de 2021).

Comparativamente com o trimestre anterior, as exportações totais aumentaram 9,6% em termos reais (-2,2% no segundo trimestre) e as importações registaram uma variação em cadeia de 4,4% (-0,4% no segundo trimestre).

O Valor Acrescentado Bruto (VAB) a preços base registou uma taxa de variação homóloga de 3,5% no terceiro trimestre de 2021, em termos reais, (14,8% no trimestre anterior e -5,3% no terceiro trimestre de 2020), tendo contribuído para esta evolução sobretudo os ramos ‘comércio e reparação de veículos’ e ‘alojamento e restauração’.

No terceiro trimestre, o emprego para o conjunto dos ramos de atividade da economia aumentou 3,8% em termos homólogos (4,3% no trimestre anterior), tendo o emprego remunerado registado uma redução homóloga de 2,9%, após os 3,5% do segundo trimestre.

No terceiro trimestre, a produtividade medida pelo rácio entre o PIB em volume e o número de pessoas empregadas aumentou 0,4% em termos homólogos (11,4% no segundo trimestre de 2021 e de 13,4% no segundo trimestre de 2020).

Por sua vez, a produtividade medida com base no número de horas trabalhadas aumentou 1,1% em termos homólogos no terceiro trimestre (-10,3% no segundo trimestre e +9,7% no segundo trimestre de 2020).

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