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Está aí a Black Friday. Entre nas promoções de olhos abertos

25 nov, 2021 - 09:40 • Sandra Afonso

O dia oficial é a última sexta-feira de novembro, mas há lojas que decidem alargar a iniciativa a toda a semana ou até grande parte do mês. A má notícia é o aumento dos riscos para o consumidor, seja do lado da oferta seja nos métodos de pagamento.

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A última sexta-feira de novembro é dia de fortes promoções (e até emoções) por causa desta tradição importada da celebração do Dia de Ação de Graças nos Estados Unidos: a Black Friday.

Muitas marcas já alargam os descontos a todo o fim-de-semana ou mesmo à última semana do mês, e há ainda quem reduza os preços na Cyber Monday, a segunda-feira seguinte. Mas há pormenores a que deve estar atento para que o sonho não se torne em pesadelo.


Como garanto que o preço indicado está em desconto?

A Direção-Geral do Consumidor recomenda atenção e prevenção. O ideal é que os consumidores “verifiquem antecipadamente os preços na loja e na internet para poderem avaliar a relação entre o preço e o desconto praticado”.

Existe alguma forma de comparar os preços?

A Deco disponibiliza um comparador de preços, que mostra a evolução do valor do produto nos últimos três meses.

Basta ir ao site da Associação de Defesa do Consumidor e pesquisar pelo nome do produto, pela loja ou pelo endereço eletrónico do que quer comprar. A Deco diz se recomenda a compra e mostra a evolução do preço nos últimos sete dias, mês e três meses.

Uma pechincha ou uma oportunidade?

Mesmo que esteja mais barato, deve sempre questionar se precisa desta compra ou é mais um artigo para encher a casa e esvaziar a carteira. A Deco recomenda ainda que dê atenção à qualidade do produto – o menor preço nem sempre aponta para a melhor opção.

Compensa comprar a crédito ou prestações?

Avalie com atenção as condições da compra. Várias marcas já oferecem campanhas com vendas sem juros, mas garanta que o somatório das prestações corresponde ao preço indicado. Comprar com cartão de crédito nunca é um bom negócio, o desconto deverá desaparecer, anulado pelos juros.

Posso devolver depois do Natal?

Antes de gastar o dinheiro, confirme sempre as condições de troca e devolução dos produtos. Embora a maioria das compras nesta altura tenha como destino o Natal, os comerciantes não são obrigados a estender os prazos até ao final do mês.

Em compras pela internet, tem até 14 dias para devolver o produto, mas se o levantar na loja esta data pode ser diferente. Nas lojas físicas, as devoluções só são obrigatórias em condições excecionais – é o caso de produtos com defeito. Em todas as situações, o vendedor pode estabelecer regras específicas para esta época.

O que devo fazer se encontrar publicidade agressiva ou enganosa?

São “práticas proibidas” e, por isso, deve enviar uma reclamação para a Direção Geral do Consumidor, o organismo competente, através do Livro Eletrónico de Reclamações.

A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) também é acionada, enquanto fiscalizadora das regras que regulam a redução de preços. Entre 2019 e outubro deste ano, a ASAE detetou uma taxa de incumprimento de 9% nas lojas físicas e de 6% online.

Qual a melhor forma de pagamento?

Para garantir que não é vítima de um cibercrime, o melhor é pagar em dinheiro vivo. No entanto, se a compra for online terá mesmo de confiar nos pagamentos à distância.

A melhor forma de prevenir que não é burlado é seguir algumas regras simples:

. Evite redes wi-fi partilhadas ou públicas;

. Nunca partilhe dados bancários em redes que não considera seguras;

. Antes de preencher qualquer informação, confirme o endereço;

. Prefira sempre o acesso direto, através do website oficial, para evitar páginas falsas;

. Desconfie de promoções bombásticas e produtos quase de borla;

. Não abra anexos ou clique em links em emails de bancos, aplicações de pagamento online, ou sites de compras, sobretudo se o remetente insistir no assunto;

. Rejeite mensagens e e-mails com ofertas, que nem sempre são identificados como spam.

Segundo a empresa internacional de cibersegurança Kaspersky, antes da Black Friday as fraudes com pagamentos online aumentaram 208%. Nos primeiros 10 meses deste ano, foram detetados mais de 40 milhões de ataques, só entre setembro e outubro as tentativas de phishing duplicaram, passaram de mais de 627 mil para quase dois milhões de ataques.

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