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Função Pública

Governo só dá 0,9% de aumento, mas "processo orçamental ainda não está encerrado"

20 out, 2021 - 20:56 • Ana Carrilho , André Rodrigues

Ministra Alexandra Leitão diz que é a "proposta possível". Frente Comum e FESAP saíram desiludidos dos encontros com o Governo e vão responder com uma greve nacional a 12 de novembro. Quadros Técnicos do Estado ainda não tomaram uma decisão e aguardam para serem ouvidos pelos partidos.

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Os sindicatos da Função Pública saíram desiludidos das reuniões desta quarta-feira à tarde com a ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública.

No final da ronda negocial, Alexandra Leitão pouco acrescentou à proposta de aumento geral dos salários de 0,9% e limitou-se a apresentar um novo projeto de diploma sobre os subsídios de penosidade e insalubridade.

Em declarações aos jornalistas, a ministra lembra que as negociações no quadro do Orçamento do Estado para 2022 prosseguem no Parlamento.

No final das reuniões a ministra reafirmou aos jornalistas as propostas que fez, embora ressalve que “o processo orçamental ainda não está encerrado e o Governo tem manifestado abertura para fazer algum caminho”.

No entanto, no que respeita ao aumento salarial de 0,9% na Administração Pública, Alexandra Leitão mantém que “foi o que o foi possível apresentar, neste momento, às estruturas sindicais”.

Argumentos que não convencem as estruturas sindicais, tanto da CGTP como da UGT, que vão estar unidas na greve nacional da Função Pública, marcada para 12 de novembro.

“Entre uma reunião e outra, os trabalhadores discutiram, os sindicatos discutiram e o que vamos ter é uma resposta firme dos trabalhadores da Administração Pública a esta política de estagnação salarial e de carreiras, de não valorização de profissões, de ausência de reforço dos serviços na medida em que entendemos necessária”.

No entanto, o coordenador da Frente Comum, que agrega os sindicatos da CGTP, lembra que o Executivo tem tempo, ainda, para alterar posições até á votação final global do Orçamento.

Fartos do ‘vamos ver’

Também a FESAP não obteve resposta para as suas reivindicações e o secretário geral, José Abraão, anunciou oficialmente o que já se previa... a entrega de um pré-aviso de greve, igualmente para dia 12 de novembro, abrangendo, também, os trabalhadores das IPSS e das misericórdias.

“Estamos fartos do ‘vamos ver’” da ministra Alexandra Leitão, declarou o líder da FESAP aos jornalistas, após a reunião desta quarta-feira, onde a responsável política pelo setor da Função Pública prometeu ver se seria possível ir ao encontro das reivindicações.

Para já, só os Quadros Técnicos do Estado (STE) ainda não avançaram com o pré-aviso de greve, mas Helena Rodrigues disse que essa é a vontade que os associados têm manifestado.

Caso tal aconteça, a paralisação será, também, para dia 12 de novembro.

Contudo, para já, o STE quer ser ouvido por todos os grupos parlamentares.

Seja como for, o mês de novembro será marcado por forte contestação no setor público, a começar no dia 5, com uma greve nacional de professores, no dia 12 com a paralisação nacional da Função Pública e no dia 20 com a CGTP a organizar uma manifestação nacional, a cinco dias da data prevista para a aprovação final global do Orçamento do Estado para o próximo ano.

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