Tempo
|
A+ / A-

Banca

Despedimentos BCP e Totta. Providência cautelar recusada "por ausência de prejuízos de difícil reparação"

06 out, 2021 - 19:23 • Lusa

Inconformados com a decisão, sindicatos vão recorrer. Providências cautelares foram entregues a 30 de setembro, com os sindicatos a alegarem "instrumentalização de um expediente legal" para penalizar os trabalhadores que não aceitaram sair do banco por reforma ou rescisão por mútuo acordo.

A+ / A-

As providências cautelares contra os despedimentos coletivos no BCP e no Santander Totta tiveram resposta diferente por parte da justiça, com o tribunal a recusar a primeira e a aceitar a segunda, foi anunciado esta quarta-feira.

Em causa está a decisão sobre as providências cautelares interpostas pelos sindicatos dos bancários da UGT Mais Sindicato, o Sindicato dos Bancários do Centro (SBC) e o Sindicato dos Trabalhadores do Setor Financeiro de Portugal (SBN) nos tribunais de Trabalho do Porto e de Lisboa.

Em comunicado, os sindicatos indicam que, no caso do BCP, o tribunal decidiu liminarmente não aceitar a providência cautelar “por alegada ausência de prejuízos de difícil reparação”.

Manifestando-se inconformados com esta decisão, os sindicatos afirmam que vão interpor recurso da mesma.

Já no caso do Santander Totta, a providência cautelar contra o despedimento coletivo “foi liminarmente aceite”, tendo sido marcada, para o próximo dia 14, audiência de julgamento para o Tribunal do Trabalho de Lisboa.

Estas providências cautelares foram entregues em 30 de setembro, com os sindicatos a considerarem que está a ser feita uma "instrumentalização de um expediente legal para a aplicação de uma sanção a todos os que não aceitaram sair do banco por reforma ou rescisão por mútuo acordo".

No comunicado emitido esta quarta-feira, as três estruturas sindicais apelam a ambas as instituições bancárias para que “suspendam de imediato qualquer ato relativo aos ilícitos e ilegais despedimentos que estão a promover”.

Os principais bancos a operar em Portugal têm estado este ano a fazer processos de reestruturação, que passam nomeadamente pela saída de milhares de trabalhadores.

BCP e Santander Totta têm os processos mais 'agressivos', com despedimentos coletivos.

O BCP anunciou que vai fazer um despedimento coletivo de 62 trabalhadores. Quanto a outras saídas, o banco chegou a acordo com cerca 700 trabalhadores para saírem por rescisão por mútuo acordo, reforma antecipada e pré-reforma.

Já o Santander Totta pretende a saída de 685 trabalhadores. Fonte oficial do banco disse à Lusa em setembro que já foi acordada a saída com mais de 400 trabalhadores (reformas antecipadas e rescisões por mútuo acordo). A mesma fonte refere que o banco continua a querer chegar a um acordo com os trabalhadores que evite o despedimento.

Mais de 200 trabalhadores do Santander Totta foram contactados para serem abrangidos por despedimento coletivo, segundo informações recolhidos pela Lusa.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+