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"Costa, escuta, os vidreiros estão em luta". Trabalhadores da Saint-Gobain prometem não desistir

25 set, 2021 - 13:32 • Lusa

A manifestação desta manhã acabou com uma delegação a ser recebida em São Bento, mas sem o primeiro-ministro. Na segunda-feira, há reunião no Ministério do Trabalho.

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Cerca de uma centena de trabalhadores da Saint-Gobain manifestaram-se neste sábado em Lisboa contra o despedimento coletivo de 130 funcionários e lamentaram não terem sido recebidos pelo primeiro-ministro, António Costa, prometendo intensificar a luta.

Pelas 10h35, os trabalhadores, as suas famílias e membros dos sindicatos representativos juntaram-se no Largo de Santos, seguindo em direção à residência oficial do primeiro-ministro, ao som de apitos, buzinas e palavras de ordem, como "Costa, escuta, os vidreiros estão em luta".

Uma delegação representativa dos trabalhadores e dos sindicatos acabou por ser recebida na residência oficial, mas a reunião, que durou poucos minutos, não contou com a presença de António Costa.

"Não fomos recebidos por quem pedimos a audiência, que era o primeiro-ministro. Não fomos recebidos sequer por um assessor ou um chefe de gabinete. Concluímos que este Governo fala, mas quando é hora de aparecer não está presente", lamentou a coordenadora da Federação Portuguesa dos Sindicatos da Construção, Cerâmica e Vidro (FEVICCOM), Fátima Messias, em declarações à Lusa.

De acordo com a dirigente, os trabalhadores "não deixarão de registar esta atitude", prometendo avançar com novas formas de luta para defender a empresa e os postos de trabalho.

Os trabalhadores têm-se concentrado diariamente junto à fábrica de Santa Iria, há cerca de um mês, em defesa dos postos de trabalho e também já estiveram em frente aos Ministérios do Trabalho e da Economia.

Na segunda-feira, a FEVICCOM tem uma reunião no Ministério do Trabalho com os secretários de Estado do Emprego e Adjunto do ministro da Economia.

Na quarta reunião para discutir o despedimento coletivo na Saint-Gobain, na sexta-feira, a empresa apresentou propostas de recolocação para cerca de uma centena de trabalhadores e aumentou o valor das suas indemnizações, mas reiterou a irreversibilidade da decisão de encerramento da atividade produtiva em Santa Iria.

Em Portugal, o Grupo Saint-Gobain emprega cerca de 800 trabalhadores distribuídos por 11 empresas e oito fábricas e totaliza um volume de faturação correspondente a 180 milhões de euros.

O processo negocial no âmbito do despedimento coletivo na Saint-Gobain Sekurit Portugal prossegue na terça-feira.

A decisão de encerramento da atividade produtiva da empresa e o consequente despedimento coletivo dos 130 trabalhadores foi anunciada no dia 24 de agosto.

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