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Há trabalhos que ninguém quer. Norte e Lisboa precisam de trabalhadores para a construção

06 set, 2021 - 08:38 • Olímpia Mairos

Ofertas de emprego que não foram aproveitadas atingiram o máximo de quatro anos. Há 23. 236 vagas à espera de candidatos.

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Os registos do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) acumulam cada vez mais ofertas de trabalho por falta de candidatos. Em julho, havia 23. 236 empregos disponíveis que ninguém quer.

De entre os setores onde escasseiam candidatos, destacam-se as atividades imobiliárias e administrativas, alojamento e restauração e construção, avança o Jornal de Notícias.

O número de ofertas de emprego sem candidatos mais do que duplicou, desde janeiro deste ano, passando de 10. 735 para 23. 236. Para encontrar um número mais elevado é preciso recuar a julho de 2017, em que as ofertas de emprego se situaram nas 24. 335.

Lisboa e Vale do Tejo é a região que acumula mais ofertas sem candidato, com 7.434 vagas, a contrastar com as regiões autónomas que se ficam pelas 568.


O centro regista 5.819 ofertas de emprego, o Norte 4.824, o Alentejo 3.565 e o Algarve 1.026.

As atividades imobiliárias e administrativas são as que a nível nacional têm mais vagas disponíveis, seguidas do alojamento e restauração e da construção. Por regiões, tanto em Lisboa e Vale do Tejo como no Norte, a maior procura é por profissionais da construção. Já no Centro e Alentejo, o maior número de vagas situa-se nas atividades imobiliárias e no Algarve, na área do alojamento e restauração.

Segundo o professor da Escola de Economia e Gestão da Universidade do Minho, João Cerejeira, citado pelo jornal, vários fatores terão contribuído para a subida do número de ofertas: as medidas de apoio da pandemia, a exigência para a manutenção do subsídio de desemprego é menor e em empregos em que os salários do mercado são muito próximos do valor do subsídio, aí há claramente um incentivo a não haver uma procura tão forte.

No entender do especialista em mercado laboral, as restrições à mobilidade internacional ocorridas em pandemia, também foram decisivas para engrossar o fenómeno.

Comentários
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  • Bruno
    09 set, 2021 aqui 20:42
    Concordo nem absoluto com o IVO PESTANA. Temos o ministro do ensino superior todo orgulhoso por haver tantos jovens a procuar formação superior mas é certo que o mercado de trabalho não vai aborver essas pessoas. Os mais inconformados, vão emigrar. Os outros, vão trabalhar em caixas de supermercados. É necessário fazer uma reforma profunda no mercado de trabalho e no sistema de educação. No entanto, este Governo não é reformista. É provavelmente o Governo mais conservador desde o 25 de Abril: limita-se a gerir o dia-a-dia sem qualquer visão para o país a longo prazo.
  • Ivo Pestana
    09 set, 2021 Madeira 12:12
    Culpo o Estado português. Quer que todos os jovens vão para a Universidade e muitas vezes atrás de fantasias. Depois, desvalorizando o ensino profissional. Muitos jovens estão no ensino superior para agradar aos pais e à sociedade, não buscando a sua vocação e alegria. Cuidado, pois vale mais um bom mecânico ou pedreiro, do que um mau médico ou engenheiro. A vocação e alegria, primeiro. Boa sorte.
  • Porque será?
    06 set, 2021 Sim, porquê? 17:24
    Atividades imobiliárias e administrativas, alojamento e restauração e construção ... Corrijam-me se estiver errado, mas não são as atividades onde se paga o salário mínimo ou abaixo dele, há horários esquisitos do género "estás aqui às 7:00, sais às 10h, voltas ao meio dia, sais às 15h e como trabalhaste menos de 8h não levas nem sequer salário mínimo", carreira não há, como não há quadro nem progressão e se se tiver a trabalhar via empresa de trabalho temporário, ainda por cima o miserável ordenado é pirateado por essa empresa? Admiram-se de não haver candidatos e o pessoal preferir o subsidio de desemprego? Porque será?

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