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Comprar carro elétrico já compensa? DECO fez as contas

29 jun, 2021 - 15:29 • Sandra Afonso

"Segmento pequeno e médio comprados hoje em Portugal são a opção mais barata para muitos consumidores e a melhor escolha ao longo da vida do veículo", conclui estudo da associação de defesa do consumidor.

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Já compensa comprar carro elétrico, indica a DECO Proteste, que compara os custos de propriedade e utilização das diferentes tecnologias disponíveis. O estudo conclui que, mesmo sem incentivos, os elétricos pequenos e médios são um bom negócio. Se forem em segunda mão, ainda melhor.

Além de questões logísticas, como os carregamentos, e da autonomia, o preço e os custos são o grande fator de decisão na hora de optar por um carro elétrico. Tem sido uma aposta dos construtores, empurrada por novas tendências de consumo e apoiada pelas políticas nacionais. Mas, como acontece sempre que é lançada nova tecnologia, o preço inicial não é acessível a todas as bolsas.

Finalmente, o carro elétrico é um bom negócio. Segundo a DECO, "o segmento pequeno e médio comprados hoje em Portugal são a opção mais barata para muitos consumidores e a melhor escolha ao longo da vida do veículo". Uma opção que tem ainda a mais-valia de ter associada "poupança e sustentabilidade ambiental", sublinha a associação.

Além disso, o estudo da Deco Protesto não inclui os incentivos à compra, disponibilizados pelo Estado e promovidos pelas marcas. "Em Portugal os carros 100% elétricos já são a tecnologia mais barata para modelos pequenos e médios. Com apoios e financiamento adequados, os consumidores conseguem poupar desde o primeiro dia."

Por exemplo, quem faz mais de 25 mil quilómetros por ano e mantém o carro por seis anos, com um elétrico do segmento médio pode poupar, na primeira compra, 12.600 euros ou 6.300 euros, em comparação com um modelo a gasolina e a gasóleo, respetivamente. Em alguns casos, também quem faz poucos quilómetros por ano (até cinco mil quilómetros) já consegue um bom negócio com a compra de um elétrico.


Para quem prefere modelos maiores e ainda assim quer fazer o melhor negócio, deve esperar mais dois anos: "no caso dos modelos maiores, os elétricos só começam a ser competitivos nesta análise a partir de 2023, com a redução expectável do custo de aquisição e a aproximação aos veículos idênticos de outras tecnologias", diz a associação.

Ainda segundo este estudo, a "poupança é, sobretudo, significativa para quem é proprietário de um elétrico em segunda e terceira mão, pois sofre menor desvalorização e beneficia ao máximo dos baixos custos de energia e de manutenção".

Elétricos precisam de mais incentivos

Há ainda muito a fazer neste mercado, para melhorar o acesso do consumidor. Alexandre Marvão, especialista em mobilidade da DECO Proteste, defende que é preciso "garantir estabilidade fiscal a longo prazo e a redução efetiva do preço dos elétricos, quer pelo aumento da oferta, quer pela redução do custo das baterias e, por consequência, do custo de aquisição".

O Estado deve ainda continuar a incentivar a mudança para o elétrico, "o incentivo também deve passar pela retoma dos subsídios ao abate de veículos em fim de vida que tenham emissões elevadas, quando a troca se faça para aquisição de veículos elétricos (carros, motas ou bicicletas)", acrescenta Alexandre Marvão.

Este trabalho simulou a compra entre julho de 2020 e março de 2021, tendo em conta as tendências de evolução dos custos até 2030.

Foram considerados todos os custos com a utilização e a propriedade de automóveis das diferentes tecnologias, como o preço dos veículos e a depreciação do mercado; os custos e o consumo de combustível/eletricidade; impostos (IVA, ISV, registo, IUC) e custos de seguro e manutenção. A conclusão é clara: "o carro elétrico foi o que apresentou um custo de posse e utilização mais baixo".

Se continua com dúvidas, pode descobrir o carro mais barato por quilómetro no simulador da DECO PROTESTE.

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