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Valor mínimo a pagar em teletrabalho divide empresários cristãos

07 mai, 2021 - 08:12 • Sandra Afonso

Seis em cada 10 consideram que as despesas diminuíram em teletrabalho, mas são precisos mais apoios do Estado. Maioria considera ainda que o Tribunal Constitucional poderá chumbar criminalização do enriquecimento ilícito.

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A maioria dos inquiridos no barómetro deste mês promovido pela Associação Cristã de Empresários e Gestores (ACEGE), em colaboração com a Renascença, Jornal Económico e Netsonda, reafirma que concorda com o pagamento de um valor para despesas durante o teletrabalho: 58% contra 41%.

Mas a forma como deve ser fixado este valor divide as opiniões: 25% apoiam que seja definido por lei, 33% preferem que seja discutido em negociação coletiva.

A maioria é sensível aos argumentos da UGT e do antigo ministro Vieira da Silva, que invocaram o atual momento "atípico e de incerteza" da pandemia para defender o adiamento da regulação do teletrabalho. Mais de metade (53%) diz que não é o momento para mexer nestas matérias, contra 46% que não se opõem.

Ainda sobre o teletrabalho, seis em cada 10 defendem que, nesta modalidade, as despesas diminuíram. Para 28%, este alívio é irrelevante – quase os mesmos que confirmam que as contas desceram; 8% falam mesmo em "diminuição de custos relevante".

Mas nem todos sentiram impacto, 25% dizem que mantêm os mesmos custos e quase 10% declaram que têm agora mais despesas.

Empresas precisam de mais apoios

O agravamento do malparado, a descapitalização das empresas e o aumento da desigualdade são algumas das consequências admitidas pelos inquiridos, se o Governo não avançar com mais medidas de apoio ao tecido empresarial.

A quatro meses de terminar o prazo das moratórias mais utilizadas pelos empresários (as públicas) quase 58% respondem que as medidas já anunciadas não são suficientes para travar o incumprimento, dado o fim das moratórias.

O reforço para a capitalização das empresas de 1.250 milhões de euros, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) é considerado curto. Para seis em cada 10, não é suficiente. Apenas 6% se mostram confortáveis com este valor.

Ainda mais expressiva é a resposta sobre o combate à desigualdade: 83% consideram que as medidas já conhecidas (nacionais e internacionais) não travam o problema.

Constitucional pode chumbar criminalização do enriquecimento

A esmagadora maioria (99%) concorda com o princípio da criminalização do enriquecimento ilícito em Portugal. O problema será levar a legislação até ao fim.

Os inquiridos estão literalmente divididos sobre a resposta do Tribunal Constitucional aos projetos apresentados pelos partidos. Metade acredita que terão luz verde do Palácio Ratton, contra exatamente 50%, que esperam um chumbo.

Este inquérito foi realizado entre 4 e 6 de maio, junto de 1.140 associados da ACEGE – Associação Cristã de Empresários e Gestores.

Comentários
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  • Anónimo
    24 mai, 2021 Lisboa 11:41
    É mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha que um rico entrar no reino de Deus. Quem é cristão e capitalista está em clara contradição.

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