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Falências vão aumentar 19% em Portugal, alerta seguradora

31 mar, 2021 - 20:17 • Sandra Afonso

Seguradora de crédito Crédito y Caución prevê que a nível mundial ocorra um aumento de 26% nas insolvências.

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As falências de empresas deverão aumentar 19% este ano, em Portugal. As contas são da seguradora de crédito Crédito y Caución, que a nível mundial prevê um aumento de 26% nas insolvências.

A multinacional lembra que em 2020, ao contrário do que era esperado, as insolvências só aumentaram em alguns países, como Irlanda e Turquia.

Agora não haverá travão. “A retirada dos estímulos e a normalização da legislação de insolvências vão provocar uma deterioração significativa das perspetivas de insolvência mundial”, refere a seguradora.

Nem as vacinas deverão travar falências

Apenas a Turquia está “imune”, uma vez que já assistiu ao aumento das insolvências em 2020. Nos restantes países, o que evitaram no ano passado deverá chegar este ano.

Mesmo com o avanço dos programas de vacinação e a evolução positiva do crescimento, a Crédito y Caución prevê um aumento das insolvências nas principais regiões e países. No total, antecipa um crescimento de 26%, e identifica a Austrália, França e Singapura como os países que terão as maiores subidas.

Estas previsões têm em conta “as expetativas de eliminação gradual das medidas locais de apoio fiscal e a reabertura dos tribunais e reativação dos procedimentos de insolvência”.

Assim, muitos negócios que no último ano acabaram por ser salvos pelas medidas governamentais de apoio, em 2021, “provavelmente, vão declarar falência”. Ainda segundo este relatório, “os países que este ano vão apresentar o maior aumento percentual das insolvências serão, com toda a probabilidade, aqueles cujos valores foram inusitadamente baixos em 2020.”

O que explica a diminuição de insolvências em 2020?

Apesar da profunda recessão, a nível mundial as falências empresarias registaram uma redução de 14%. Alguns países europeus apresentaram mesmo diminuições significativas, como o corte de 40% em França, a descida de 27% das insolvências no Reino Unido ou 17% na Alemanha. Em Portugal diminuíram 5%.

A Turquia e a Irlanda foram os únicos países de proximidade onde as insolvências aumentaram, no último ano. “Na Turquia, as empresas enfrentaram condições de financiamento mais rigorosas e um apoio governamental limitado. Na Irlanda, o aumento foi de apenas 1%”, acrescenta a Crédito y Caución.

Dois fatores podem explicar esta tendência de diminuição: as alterações legislativas introduzidas por muitos países, para proteger as empresas da insolvência; e as medidas de estímulo fiscal adotadas para diminuir os efeitos económicos adversos da pandemia e apoiar, em particular, as pequenas empresas.

O pico das insolvências será sentido no final de 2021

Em quase todos os países analisados, os maiores números de insolvências vão verificar-se na reta final do ano. Nessa altura, as falências deverão ultrapassar os níveis pré-pandemia.

Espanha e os Países Baixos encontram-se entre os países para os quais se antecipa um maior aumento das insolvências, dada a “reação relativamente forte às flutuações do PIB” que tradicionalmente observam.

Apenas a Alemanha, Grécia, Nova Zelândia e Roménia são exceções à regra, aqui não são esperados picos no final de 2021.

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