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Pandemia de Covid-19

Guerra de horários. Afinal nenhum super ou hipermercado vai abrir às 6h30 da manhã

12 nov, 2020 - 17:45 • Sérgio Costa , Pedro Mesquita

Pingo Doce recua na decisão de abrir mais cedo aos fins de semana face ao que diz serem "interpretações de implicação política". À Renascença, autarca de Cascais critica "provocação" e APED diz que "sempre defendeu" abertura mais cedo nesses dias mas às 8h.

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Afinal, não haverá super nem hipermercados abertos a partir das 6h30 da manhã nos dois próximos fins de semana, em que estará em vigor um recolher obrigatório a partir das 13h nos 121 concelhos considerados de maior risco no contexto da pandemia de Covid-19.

Esta quinta-feira, a cadeia de supermercados Pingo Doce recuou na intenção de antecipar a abertura das suas lojas.

Em comunicado enviado às redações, o grupo Jerónimo Martins justifica o recuo perante o que diz terem sido "múltiplas interpretações, também de implicação política, que têm vindo a ser feitas e veiculadas ao longo das últimas horas e ao nível da discussão pública gerada" neste contexto desde que anunciou a sua decisão na quarta-feira.

Nas últimas horas, vários autarcas manifestaram-se contra a decisão de antecipar a abertura de supermercados. Foi o caso de Vila Nova de Gaia e Braga, a Norte, e de Lisboa e Cascais, cujo autarca criticou, em declarações à Renascença, a "provocação" de algumas cadeias quererem abrir mais cedo.

"Nós em Cascais, por considerarmos que é uma provocação os anúncios que já foram feitos de antecipação de horários, não o iremos fazer", garantiu hoje Carlos Carreiras.

"É uma provocação porque é produtora de tudo aquilo que não é desejável neste momento, que é de provocar, induzir ruturas sociais. Nesse sentido não deixaremos que se antecipem os horários de abertura no concelho de Cascais. Vamos manter os mesmos horários de abertura em relação ao período antes do estado de emergência."

Neste quadro, o grupo que gere a cadeia Pingo Doce informa que os horários habituais das suas lojas vão manter-se inalterados ao fim de semana.

Contactada pela Renascença, a Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição (APED) sublinha que sempre defendeu que as lojas possam abrir mais cedo enquanto estiverem em vigor as restrições no quadro do estado de emergência, mas não às 6h30.

"Vimos sempre com bons olhos, tendo em conta as medidas propostas para limitação de circulação de pessoas, a antecipação dos horários e o que a APED defendeu foi a abertura às 8h, quer do retalho alimentar – os vulgos supermercados – quer no retalho especializado, de outras áreas de negócio", explica o diretora-geral da APED, acrescentando que as decisões camarárias "vão ao encontro desse equilíbrio que nós temos pedido".

Questionado sobre a intenção de abertura às 6h30, agora revertida pela cadeia Pingo Doce, Gonçalo Lobo Xavier diz que não comenta "as políticas comerciais dos associados da APED", reforçando que o que foi pedido "foi a antecipação para as 8h, para dar a possibilidade às pessoas de terem mais liberdade de escolha e evitar aglomerados, que é isso que nós não queremos que aconteça".

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