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Governo quer pôr poupanças dos portugueses ao serviço da economia

02 out, 2020 - 13:06 • Manuela Pires

Ministro Pedro Siza Vieira reconhece que há constrangimentos quer do lado da oferta quer do lado da procura, mas a prioridade é criar condições para colocar as poupanças dos portugueses ao serviço da economia.

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O ministro da Economia defendeu, nesta manhã de sexta-feira, que é urgente colocar as poupanças dos portugueses ao serviço da economia nacional.

Na apresentação, em Lisboa, do relatório da OCDE sobre o mercado de capitais em Portugal, Pedro Siza Vieira explicou que, “se não desenvolvermos o mercado nacional, as poupanças dos portugueses que estejam disponíveis para investir nestes produtos vão procurar aplicações no exterior” e isso é negativo, reconheceu o ministro da economia.

Numa sessão que decorreu no Ministério das Finanças, Pedro Siza Vieira admitiu que tem de se criar as condições para permitir que as poupanças sejam aplicadas na economia. O ministro reconheceu que Portugal é um país pobre, de baixos rendimentos e com poucas poupanças e que grande parte é aplicada no sistema bancário.

Mas há várias dificuldades, quer na oferta quer na procura. O ministro diz que há ainda “traumas recentes que perduram na memória dos aforradores. Algumas das últimas grandes operações de levantamento de capital no mercado acabaram poucos meses depois por soçobrar”.

“Do lado dos investidores institucionais, têm uma aplicação nos instrumentos de dívida e não de capital e esses são constrangimentos que aparecem”, concluiu o ministro da economia.

Sem adiantar quais as condições que devem ser criadas para colocar as poupanças ao serviço da economia, o ministro Pedro Siza Vieira defendeu ainda que é necessário repensar a regulamentação do sector dizendo que “é desajustada às características do tecido empresarial de Portugal”.

Empresas públicas em bolsa não é prioridade

No relatório sobre o mercado de capitais em Portugal, a OCDE pede ao Governo para colocar as empresas públicas em Bolsa, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento na Europa diz que o nosso país tem um número importante de grandes empresas que não estão cotadas, incluindo empresas do setor financeiro e que, “ao contrário de muitos outros países europeus, nenhuma das grandes empresas públicas portuguesas está cotada”, é referido no relatório.

Questionado sobre esta recomendação, o ministro da Economia diz que não é a prioridade.

“É uma sugestão que vamos considerar, mas neste momento o mais importante é encontrar formas de as empresas privadas poderem aceder a fundos de financiamento mais diversificados”, respondeu Pedro Siza Vieira.

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