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Mário Ferreira vai deixar de ser acionista da Cofina

27 jul, 2020 - 18:53 • Lusa

Empresário de saída do capital da dona do "Correio da Manhã", depois da aposta forte na Media Capital, que detém a TVI. Em maio, dizia à Renascença que as ações da Confina eram "lixo".

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A Pluris Investments, do empresário Mário Ferreira, reduziu a sua posição na Cofina abaixo dos 2% e anunciou esta segunda-feira a intenção de "alienar todas as participações que ainda detém à data" na dona do "Correio da Manhã".

Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, a Cofina refere que recebeu hoje da Pluris Investments, de Mário Ferreira, que também é acionista da Media Capital, "uma notificação" informando que a empresa "deixou de deter uma participação qualificada no capital social" da dona do Correio da Manhã.

De acordo com a informação disponibilizada, entre 22 e 24 de julho, a Pluris Investments alineou 150.000 ações da Cofina - em 22 de julho foram alienadas 15.000 ações, no dia 23 de julho 34.000, e em 24 de julho 101.000.

"Na sequência das supra descritas operações de alienação, a participação da Pluris Investments SA na Cofina, que lhe é imputável, foi reduzida abaixo do limiar de 2% do respetivo capital social e direitos de voto", refere a empresa de Mário Ferreira.

"Mais se informa da sua intenção de alienar todas as participações que ainda detém à data no capital social da Cofina", conclui a Pluris Investments.

De acordo com informação disponibilizada no 'site' da Cofina na sexta-feira, anteriormente o empresário, dono da Douro Azul, tinha uma participação de 2,07%, onde era referido que 2.125.200 ações eram "imputáveis a Mário Nuno dos Santos Ferreira (75.200 a título pessoal e 2.050.000 detidas pela sociedade Pluris Investments".

O empresário é também acionista do jornal 'online' ECO e da Media Capital, dona da TVI.

Na sequência da desistência da Cofina na operação de compra da Media Capital, em março último, Mário Ferreira, que tinha sido desafiado a entrar no negócio pelo presidente da dona do Correio da Manhã, comprou 30,22% da Media Capital por 10,5 milhões de euros, em maio.

Numa entrevista à Renascença, a 19 de maio, Mário Ferreira qualificou como "lixo" os 2,5% que detinha na Cofina e no Correio da Manhã.

"Obviamente não as quero para nada, para mim são lixo, como é o jornal de que ele é proprietário. Mas tenho-as porque estou a perder umas centenas de milhares de euros nas ações, e neste momento não faz sentido nenhum vendê-las. Vou aguentando. Tenho poucas esperanças, a ver se o preço melhora. Se não acontecer qualquer dia vendo-as, não sei", declarou o dono da Douro Azul.

Em 17 de julho, a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) comunicou ao mercado que está a analisar as mudanças na estrutura acionista da TVI, no âmbito do artigo 72.º da Lei da Televisão e dos Serviços Audiovisuais a Pedido, que respeita à atividade ilegal de televisão.

"Tendo tomado conhecimento de mudanças relevantes na estrutura da TVI, [o regulador dos media] está a avaliar o âmbito das mesmas e eventual configuração de nova posição", sendo que "em análise, está a eventual alteração não autorizada de domínio, que envolve responsabilidade contraordenacional e pode dar origem à suspensão de licença ou responsabilidade criminal, tendo em conta o artigo 72.º da Lei da Televisão e dos Serviços Audiovisuais a Pedido", referiu na altura a ERC.

Tendo em conta a "averiguação rigorosa a que vai proceder, a ERC não deixará de zelar pelo estrito cumprimento da lei e reposição da legalidade caso verifique que a mesma foi violada", lê-se na nota do regulador.

Também a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) confirmou à Lusa que está a analisar a relação entre Prisa e Mário Ferreira e o impacto no controlo da Media Capital.

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