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Covid-19

​Motoristas de mercadorias querem “medidas mais restritivas” para conter coronavírus

17 mar, 2020 - 09:35 • Carla Fino , Cristina Nascimento

Dirigentes sindicais anteveem "uma quebra enorme" no setor, mas acreditam que, com ajuda do Governo, podem vir a recuperar.

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O Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos apelam à implementação mais rápida de medidas mais restritivas para combater o surto de coronavírus.

“Não sei se efetivamente com o adiar das soluções, que me parece que está a acontecer algum adiar de soluções, se estamos no caminho certo. Acho que se impunha com serenidade a execução de medidas mais restritivas de forma mais célere”, diz à Renascença o dirigente sindical Paulo Machado.

Paulo Machado considera que esta seria “uma possibilidade de construir medidas efetivamente e mais seguras, no sentido de aprender com os erros cometidos pelos outros países”.

Nesta entrevista à Renascença sobre o avanço da Covid-19, o sindicalista refere que para já, o sindicato não tem registo de motoristas infetados, apenas alguns casos de quarentena, mas por prevenção. Por isso Paulo Machado, defende medidas preventivas e céleres de forma a “diminuir ao minino possível o número de pessoas infetadas e de trabalhadores infetados ou portadores do vírus”.

Já Pedro Polónio, presidente da Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários e de Mercadorias (ANTRAM) confessa-se “inquieto” com a antevisão de “uma quebra enorme ao nível do transporte rodoviário de mercadorias, sobretudo no âmbito internacional”. Em todo o caso, acredita numa recuperação.

“Aquilo que o negócio nos tira hoje certamente o negócio dar-nos-á no futuro próximo”, afirma, acrescentando, no entanto, que vai ser preciso o apoio do Estado.

“Estamos em contacto permanente com o Governo para que nos possa ajudar, quer ao nível das linhas de crédito, quer ao nível das questões fiscais, quer ao nível da Segurança Social, quer ao nível dos mecanismos de ajuda e de suporte ao emprego,

Pedro Polónio lembra que o setor “dá emprego a muita gente e é muito dependente dos seus trabalhadores” e que esse “é um ativo” que querem proteger “em primeira linha”.

O presidente da ANTRAM garante ainda que a cadeia de distribuição está operacional, assegurando que os bens não vão faltar nas prateleiras.

“Os transportes continuam a ser feitos, incluindo os transfronteiriços”, recorda.

“Conjugando estas garantias de que o transporte vai continuar ser feito, a disponibilidade e a inteligência, no sentido de se saberem proteger, dos nossos motoristas e a sua disponibilidade para continuar a trabalhar, bem como um acesso controlado ao consumo por parte de todos os portugueses que hoje estão muito mais cientes de que não devem entrar em histerias de compras, como aquelas que aconteceram na semana anterior, acreditamos que a cadeia de distribuição se irá manter operacional ou razoavelmente operacional dentro do contexto em que vivemos”, remata.


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