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Fórum CITIES 2020

​Elisa Ferreira. Cidades sustentáveis são cruciais para o futuro da Europa

30 jan, 2020 - 22:30 • Ana Carrilho

Próximo Quadro Comunitário terá mais dinheiro para a coesão, mas o dinheiro não é tudo, afirma a comissária europeia.

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As cidades concentram a maior parte da população europeia e com escolaridade mais elevada, a maior percentagem de emprego e geram a fatia mais larga do PIB. Mas também geram quase três quartos das emissões de CO2 e fomentam as maiores desigualdades.

Dominada por tanta pressão e nomeadamente pelas alterações climáticas, a Comissão Europeia tomou a necessidade de transformar as cidades e zonas urbanas em espaços mais amigos do ambiente e dos cidadãos.

Até esta sexta-feira, no Porto, cerca de 700 pessoas vindas de toda a Europa discutem como ter cidades mais sustentáveis no futuro. Sendo que a urgência é “para ontem”.

Na Alfândega do Porto mostram-se algumas boas práticas e discutem-se métodos e prioridades. A comissária europeia para a Coesão e Reformas deu o mote e reafirmou que no próximo quadro comunitário os fundos comunitários para as cidades vão crescer pelo menos 5% a 6%.

Estratégia para o futuro da Europa tem que ter as cidades como protagonistas

Para a comissária Elisa Ferreira, esta é uma via incontornável. E na sua intervenção na sessão de abertura do Fórum CITIES 2020, que decorre no Porto, fez questão de mostrar o peso das cidades.

As regiões metropolitanas concentram mais de 60% da população da União Europeia, 64% do emprego e 70% do PIB. 41% da população ativa das cidades tem estudos superiores em contraponto aos 30% da UE no seu todo. Mas as cidades e zonas urbanas também (ainda) são responsáveis por grandes gastos energéticos e 70% das emissões de CO2.

São centros de prosperidade, inovação, cultura e conhecimento, onde se concentram serviços de saúde, educação e transportes. Mas também podem gerar desigualdades e em quase todas há bolsas de pobreza.

Para Elisa Ferreira, estas realidades transformam as cidades num microcosmos de oportunidades e desafios que é preciso enfrentar e para os quais são necessárias soluções que contam com o apoio dos fundos de coesão.

Próximo Quadro Comunitário terá mais dinheiro para a coesão, mas o dinheiro não é tudo

No atual Quadro Comunitário, a política de coesão destinou 117 mil milhões de euros especificamente para as cidades. Mas para o período 2021-2027, esse montante do Fundo de Desenvolvimento Regional vai aumentar pelo menos 5% a 6%, afirmou a comissária portuguesa.

“Essas verbas devem ir diretamente para as cidades, para as suas estratégias de desenvolvimento urbano sustentável. As políticas de coesão estão realmente a fazer mudanças com grandes benefícios para as pessoas.”

Mas, para Elisa Ferreira, são mais do que dinheiro. Os métodos também são importantes. E para o exemplificar, chamou a atenção para os cerca de 50 projetos de boas práticas que estão a ser apresentados no Fórum, de várias cidades europeias (incluindo algumas de Portugal).

“Francamente, acho que, às vezes, o método é mais importante que o dinheiro”, sublinha.

Prioridade ao “Green Deal”

Elisa Ferreira deixou claro que estamos num ponto de viragem para o futuro da Europa e o objetivo é deixar às novas gerações um novo paradigma de desenvolvimento, baseado num crescimento inclusivo e amigo do ambiente.

Uma das razões pela qual a nova Comissão Europeia propôs um “Green Deal” (Acordo Verde). “Mais do que uma estratégia para o clima, é um novo pacto social e económico que apela à ação e que só terá sucesso se envolver todos, sem deixar alguém para trás”.

Os próximos cinco anos são, na opinião da comissária, uma oportunidade para definir uma Nova Agenda para as Cidades na União Europeia. Uma estratégia que tem que ter as cidades como protagonistas.

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