12 out, 2016 - 15:37 • André Rodrigues
A economia portuguesa terá crescido apenas 0,2% entre Julho e Setembro deste ano e apenas 1% face ao mesmo período de 2015, indica o boletim trimestral de conjuntura económica da Universidade Católica.
Segundo a previsão divulgada esta quarta-feira, o investimento também recuou no segundo trimestre do ano.
O núcleo de estudos de conjuntura da Católica mantém em 0,9% a previsão de crescimento para a economia portuguesa para este ano, uma clara desaceleração face a 2015.
Para 2017, as projecções são pouco encorajadoras. O crescimento não deverá ir além de 1,1% e isso reflecte, sobretudo, a incerteza em matéria de política orçamental e as perspectivas pouco favoráveis para a economia mundial.
Em relação ao boletim anterior, os técnicos da Universidade Católica revêem em baixa, para 1,3%, a estimativa de crescimento em 2018.
Em matéria de riscos, Portugal enfrenta situações delicadas sobretudo de natureza financeira, quer os relacionados com a capitalização do sector bancário quer no que diz respeito à consolidação das finanças públicas.
O boletim trimestral de conjuntura da Universidade Católica reconhece dificuldades em identificar as intenções do Governo em matéria de política económica, bem como a reacção de Bruxelas a essas medidas.
Por outro lado, não há informação pública suficiente que determine se o défice de 2016 ficará abaixo dos 3% e isso condiciona a avaliação dos mercados ao Orçamento do próximo ano.
A fragilidade do investimento é também motivo de preocupação e indicia uma forte desaceleração do crescimento.
A conjuntura externa terá, nesse aspecto, um contributo essencial. É preciso perceber a evolução do Governo britânico na relação com a Europa, assim como a velocidade da subida das taxas de juro por parte Reserva Federal norte-americana, sublinham os técnicos.
Espanha também conta para esta equação. Há riscos potenciais para a economia portuguesa, caso o próximo governo de Madrid se veja obrigado a tomar medidas restritivas que condicionem o crescimento económico.