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Entrevista

Catroga à Renascença. Governo devia descer IVA da electricidade em vez da restauração

27 abr, 2016 - 00:44 • Sandra Afonso

O presidente do conselho geral e de supervisão da EDP diz que as famílias portuguesas pagam uma das electricidades mais caras da Europa devido à carga fiscal. Eduardo Catroga não está disponível para ceder no défice tarifário e querem discutir a tarifa social. Já pediu uma reunião para discutir com o primeiro-ministro o fim da taxa extraordinária.

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O Governo devia descer a carga fiscal sobre a electricidade em vez de cortar no IVA da restauração, defende o presidente do conselho geral e de supervisão da EDP, Eduardo Catroga, em entrevista ao programa “Terça à Noite” da Renascença.

Confrontado com os elevados preços praticados pela EDP, que coloca Portugal como um dos países com a electricidade mais cara da União Europeia, Eduardo Catroga explica que resultam da tributação aplicada e faz uma sugestão ao Governo.

“Era, talvez, preferível reduzir o IVA na electricidade do que reduzir o IVA nos restaurantes. São opções políticas. A redução do IVA na electricidade às famílias beneficia todas as famílias portuguesas. A redução do IVA na restauração beneficia, essencialmente, os donos dos restaurantes, em certos segmentos”, diz o antigo ministro das Finanças.

A EDP também não está disponível para ceder no défice tarifário, um dos objectivos do Governo que pretende negociar os juros que estão a ser pagos.

Eduardo Catroga avisa que a eléctrica nacional recusa perder dinheiro neste negócio: “Está na lei e a filosofia é que a EDP não ganha nem perca com isso, em termos de rendimentos e juros. A empresa não quer perder nem quer ganhar com este financiamento, que é um favor que ela faz ao sistema”.

O défice tarifário ronda neste momento os 5,2 mil milhões de euros. A EDP já vendeu 3 mil milhões a privados e mantém 2,2 mil milhões em carteira. O PS chamou esta terça-feira, ao Parlamento, o secretário de Estado da Energia para falar sobre esta matéria.

Nesta entrevista à Renascença, o presidente do conselho geral e de supervisão da EDP confirma que anda a resolver questões pendentes com o Governo e já só falta ser recebida pelo primeiro-ministro.

Eduardo Catroga revela que já discutiu as “preocupações” dos accionistas estrangeiros com vários ministros e até com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. Falta António Costa, mas a reunião já está pedida.

“Os accionistas devem ter uma perspectiva favorável sobre o risco da economia, sobre o risco da EDP, porque isto é importante para Portugal”, argumenta o economista.

Tal como a Renascença já tinha avançado, a EDP quer discutir o fim da taxa extraordinária e as alterações à tarifa social, que implicam um encargo anual que ronda os 100 milhões de euros à eléctrica.

Comentários
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  • to-zito
    02 mai, 2016 Ffoz 10:44
    A maioria dos ditos letrados em economia prevêem a mesma como se prevê a meteorologia!...durante o dia... tempo pouco nublado, ou sol, ou granizo...à noite arrefecimento...isto se não chover!..sem nuvens...e inundações logo pela manhã!!!!
  • Maria
    27 abr, 2016 Lisboa 17:54
    Claro que «La Tomatina» é o melhor tratamento para um servil do poder como este é. Em prol do dinheiro e nada mais, é exclusivamente por e para que ele vive. Mas quando foi da Doença do Legionário, e de uma data de mortes, tudo ficou caladinho, porque as torres de refrigeração de Alverca, e da fábrica dos adubos, tinham um dono!
  • Jorge
    27 abr, 2016 Seixal 17:19
    Pela primeira vez tenho "tenho de dar o braço a torcer" dou razão a este individuo. Comer e beber fora só vai quem quer, eletricidade todos nós somos obrigados a consumir em casa para viver com o mínimo de conforto.
  • Pinto
    27 abr, 2016 Custoias 16:47
    Catroga e Mexia, pertencem a uma elite que domina o país através de interesses na política com cumplicidade, Mexia presidente da EDP é de 2,6 milhões de euros por ano mais prémios, " afinal o que faz este senhor que justifique tanto dinheiro num país onde a carga fiscal recai na maioria dos cidadãos que trabalham com o salário mínimo nacional ( 530.00€). O capitalismo e a política andam de mão dadas à muitos anos, especialmente nos partidos de direita, basta ver as leis que têm feito para prejudicar o país e os seus cidadãos. O carrocel não para, basta ver aqueles que se tele-transportam da política para administrações de empresas privadas e vice versa. Esta gente faz tudo para travar a economia do país para que os cidadãos vivam permanentemente na pobreza, não consigo perceber as mentes das pessoas, será que não vivem a realidade do país e não pensam nas próximas gerações onde se incluem os seus netos?
  • Luís M.
    27 abr, 2016 Vila Real 15:55
    A boa noticia é que não o vamos sustentar muitos mais anos, a má é que já deve deixar a prole bem colocada.
  • Hermínio Gomes
    27 abr, 2016 Leiria 14:19
    O que o Catroga quer é ganhar mais uns milhões para ele e para o Mexia. Ele quer lá saber dos portugueses. Mas os políticos têm sido mais ou menos o mesmo. Querem é arranjar tacho para os amigos é depois de saírem do poder. Se temos tido os melhores no poder e fomos à falência Pq. não colocar pessoas um pouco menos competentes e muito mais serias.
  • Miguel
    27 abr, 2016 Coimbra 12:54
    Esta pessoa não tem pingo de vergonha. Funciona num sector sem concorrência a sério nem regulação a sério. A EDP devia pagar 90% de impostos sobre juros ou dividendos.
  • Paulo
    27 abr, 2016 Lisboa 12:13
    Cada vez estou mais triste deste país que é Portugal cada vez mais corrupção...enfim somos um país cada vez mais pobre...
  • Vitor Pereira
    27 abr, 2016 Lourinhã 12:08
    Ora professor dava um jeitão não era, assim a EDP mantinha os preços e arrecadava mais uns milhões, como agora com a restauração baixa impostos mas preços era uma vez.... Esta a necessitar de aumento é?...
  • simpson
    27 abr, 2016 Porto 12:08
    Só retroceder uns anitos no percurso deste senhor, tudo feito em função de interesses financeiros. Para eles tem trabalhado e com eles tem ganho muito. Mais um que representa um exemplo escandaloso para este pobre Portugal. E são eles, falando também de Mexia, estes senhores com ordenados inconcebíveis para este País, que se perturbam quando se fala de reduções no custo da energia, que é mais cara que no resto da Europa. Eles que ofereceram aos tais accionistas este negócio da China, com a ajuda de comparsas. Para os portugueses eis mais uma forma de escravidão dos tempos modernos.

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