17 dez, 2015 - 12:23
A comissão de trabalhadores da construtora Soares da Costa apela ao Governo para que aposte na revitalização do sector. Em declarações à Renascença, José Martins, um dos elementos da comissão, lembra que o sector da construção civil emprega milhares de pessoas.
“Nós temos um novo Governo e o que é que vão fazer para revitalizar o sector? Fala-se muito no sector bancário, no sector financeiro, fala-se muito nos depositantes que merecem salvaguardar esses dinheiros, também se fala dos trabalhadores que incidem sobre esses sectores. Mas e o sector da construção civil, onde existem 275 mil trabalhadores, o que se vai fazer? Vai-se deixar que toda a gente emigre? Quais são os sinais que são dados?”, questiona.
José Martins falava aos jornalistas durante um protesto, esta quinta-feira, organizado face à notícia do despedimento colectivo de 500 trabalhadores da Soares da Costa, numa altura em que a empresa já tem alguns salários em atraso.
“Em Portugal e Moçambique só foi pago metade do salário de Novembro, o subsídio de Natal não foi pago. Para quem está em Angola ainda é pior. Quem esteve de férias em Agosto não recebeu nem o subsídio de férias, nem o próprio salário, depois também não foi pago o mês de Outubro e Novembro”, diz o sindicalista.
"Três meses por pagar em Angola é extremamente difícil. É uma situação muito penosa”, reforça.
A Soares da Costa é controlada em 66,7% pela GAM Holdings, detida pelo empresário angolano António Mosquito, que entrou no capital da construtora no final de 2013, sendo os restantes 33,3% da SDC – Investimentos (ex-Grupo Soares da Costa).
Na carta em que a empresa deu conta da decisão de despedir 500 pessoas, a empresa justificou a medida com a crise em Portugal e Angola, seu principal mercado, e com os prejuízos acumulados nos últimos anos.