29 out, 2015 - 11:04
O Deutsche Bank, que anunciou um corte de 9.000 postos de trabalho, aumentou em mais 6.000 despedimentos de empregados subcontratados, subindo para 15.000 a redução de empregos em todo o mundo. O banco alemão vai retirar-se de dez países no âmbito de uma profunda reestruturação no seio do maior banco alemão.
O colosso financeiro alemão - que apresentou esta quinta-feira, os seus piores resultados trimestrais desde os anos 50, com um prejuízo de 4.647 milhões de euros -, avançou com um drástico plano de saneamento que para além dos 15.000 despedimentos, inclui a saída de dez países, o encerramento de centenas de filiais e o cancelamento de dividendos aos accionistas deste ano e no próximo.
O novo co-presidente do Deutsche Bank, John Cryan, que assumiu o cargo com a missão de imprimir uma clara mudança de rumo da instituição financeira, revelou na sua primeira aparição pública "medidas duras" para devolver um banco "íntegro e fiável" com "lucros sustentáveis", que correrá menores riscos e elevará os seus 'standards' de capital.
Em termos de matéria laboral, o banco disse em comunicado que prevê despedir até 2018 cerca de 9.000 colaboradores do quadro, bem como mais 6.000 subcontratados, sendo que o país mais afectado, com um corte de 4.000 funcionários, será a Alemanha.
O Deutsche Bank vai retirar-se "completamente" de dez mercados, no qual Portugal não está incluído. Argentina, Chile, Dinamarca, Finlândia, Noruega, Nova Zelândia, Malta, México, Perú e Uruguai são os países escolhidos.
Para além disso vai reduzir o número das suas filiais, encerrando 200 balcões na Alemanha e no resto da Europa Ocidental, disse John Cryan.
Os maus resultados no terceiro trimestre de 2015, devem-se em grande medida a depreciações de 5.800 milhões de euros na banca de investimento.
O Deutsche Bank anunciou que, devido aos prejuízos e à profunda reestruturação que planeia, não prevê pagar dividendos aos accionistas nem este ano nem no próximo exercício, uma medida que a instituição financeira nunca tomou desde os anos 50.
O banco alemão foi gravemente afectado por vários escândalos de corrupção e financeiros, entre os quais se destaca a manipulação da Libor e Euribor, tanto pelas suas repercussões como pela quantia das multas, que afectou consideravelmente as suas contas.
[notícia actualizada às 15h00]