07 jun, 2015 - 17:20
O Deutsche Bank anunciou a renúncia de um dos seus presidentes executivos, Anshu Jain, numa altura em que o banco enfrenta uma onda de escândalos, sem conseguir cumprir as metas de lucro para este ano.
Anshu Jain vai renunciar no final de Junho, enquanto Juergen Fitschen, o outro presidente, pretende ficar no cargo até depois da reunião anual de accionistas do Deutsche Bank, marcada para maio de 2016.
Os dois presidentes executivos estão no cargo desde 2012 e os seus mandatos terminam em Março de 2017, referiu o banco alemão em comunicado.
O Deutsche Bank disse que nomeou um membro do conselho fiscal, John Cryan, de 54 anos, para assumir em Julho o cargo de Anshu Jain para, mais tarde, se tornar o único presidente executivo após a saída de Juergen Fitschen.
O maior banco da Alemanha está atolado em cerca de 6.000 diferentes casos de litígio e recebeu uma multa recorde de 2,2 mil milhões de euros pelo seu envolvimento no escândalo de manipulação de taxas de juros.
Em meados de Maio, o banco confirmou que tinha aberto uma investigação interna na sua divisão de investimento na Rússia, devido a acusações saídas na imprensa alemã que falavam de uma possível lavagem de dinheiro.
A Bloomberg relatou o caso que envolveu cerca de seis mil milhões de dólares (cerca de 5,3 mil milhões de euros), em transacções ao longo de quatro anos.
No seu comunicado, o Deutsche Bank não disse por que Anshu Jain, de 52 anos, e Juergen Fitschen, de 66 anos, se demitiram, mas, por outro lado, elogiou os dois gestores.
"A decisão de se demitirem demonstra de forma impressionante a sua atitude de colocar os interesses do banco à frente da sua própria carreira", disse o comunicado.
John Cryan, o novo homem forte do banco alemão, foi anteriormente director financeiro do banco suíço UBS, entre 2008 e 2011, e está no conselho fiscal do Deutsche Bank desde 2013.
Na reunião anual do Deutsche Bank no mês passado, os dois gestores enfrentaram a ira dos accionistas sobre a série de escândalos e a baixa rendibilidade do banco, sendo que a instituição financeira, até agora, não conseguiu cumprir as metas de lucro para este ano.
O Deutsche Bank, que emprega mais de 98 mil pessoas e tem um produto bancário de cerca de 32 mil milhões euros, está dividido entre as suas ambições na banca de investimento e a sua já histórica rede doméstica de banca de retalho.