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Faltavam poucos minutos para a 1h00 da manhã, já todos os restantes líderes partidários tinham discursado, quando veio a notícia mais aguardada pelo PAN: Inês Sousa Real conseguiu ser eleita. Na sala fizeram-se ouvir palmas e expressões de contentamento, depois de fechadas as contas em Odivelas, a última freguesia do distrito de Lisboa que foi apurada.

Mas a alegria da eleição não apaga a verdade dos números: o partido Pessoas-Animais-Natureza vê a sua bancada parlamentar encolher de quatro obtidos em 2019 para um deputado, em 2022.

“É um mau resultado que assumimos e que a direção terá de fazer a sua reflexão interna em relação aquilo que será a estratégia que queremos desenvolver para o futuro do partido, mas também para o futuro do país”, disse Sousa Real.

Assumindo este sabor agridoce, Sousa Real confessou ser com “muita tristeza” que assume este mandato sozinha e deixou uma palavra aos agora ex-deputados Nélson Silva e a Bebiana Cunha.

“Ao Nélson e à Bebiana, porque farão muita falta na Assembleia da República, o meu muito obrigada pelo trabalho que desempenharam, na certeza de que numa próxima eleição seremos muitos mais”, disse, arrancando um aplauso das cerca de 50 pessoas que, apesar do adiantado da hora, se mantinham na sala Fernando Pessoa, no Centro Cultural de Belém.

Inês Sousa Real, que durante grande parte da noite eleitoral andou entre militantes e apoiantes, assumiu também o seu desagrado pelo resultado eleitoral alcançado pelo Partido Socialista. “Uma maioria absoluta não é desejável para o país”, mas diz esperar que António Costa não feche a porta do diálogo.

A líder do PAN manifestou também preocupação com a subida do Chega, embora sem nunca referir o nome do partido de André Ventura. “O populismo cresceu”, lamentou, dizendo que o que temiam confirmou-se.

Retomando a questão da liderança do PAN, Inês Sousa Real não clarificou totalmente o que pretende fazer, garantindo que “está disponível para o que o partido entender”.

Para já certo é que vai estar sozinha no Parlamento, mas promete fazer o mesmo que se faziam até agora.

“Continuamos a ter o pé na porta e continuaremos a levar as nossas causas, com o mesmo empenho e o mesmo afinco, até que de facto consigamos ter uma maior representação na Assembleia da República. Não é um fim, é um recomeço”, rematou.