O ministério da Educação lamenta “profundamente” a morte da professora que sofria de cancro e viu recusada a colocação perto de casa.

Josefa Marques era docente do 1º Ciclo e vivia em Almeida, no distrito da Guarda.

Nos últimos anos esteve colocada perto de casa, ao abrigo da Mobilidade por Doença, mas a mudança das regras neste ano letivo, levou a que esta professora de 51 anos fosse colocada a mais de 200 quilómetros de casa.

Numa nota enviada à Renascença, o ministério da Educação reconhece que o estado de saúde da docente já “não permitia que desenvolvesse atividade, independentemente da escola em que se encontrava colocada” e lembra, que “esta situação concreta é independente do regime de Mobilidade por Doença, dado que a docente estava já em baixa médica desde o início do ano letivo 2021/22”.

Neste caso concreto, prossegue o comunicado, “o regime de Mobilidade por Doença permitia que a requerente apresentasse 11 escolas de proximidade para onde pretendia a deslocação tendo a docente indicado 3 opções”.

Sindicato denuncia sofrimento “lamentável e vergonhoso”

Na reação a este caso, o Sindicato dos Professores da Região Centro denuncia a situação vivida por esta professora, considerando "lamentável e vergonhoso o sofrimento a que muitos professores estão a ser submetidos no nosso país, ainda por cima implicitamente responsabilizados por, ao terem de recorrer a baixa médica, serem a causa da falta de professores".

A estrutura sindical defende, também, que "os responsáveis do Ministério da Educação não estão isentos de responsabilidade moral por esta e outras situações que venham a ocorrer".

Na resposta, o gabinete do ministro João Costa repudia o que classificou como um “aproveitamento de uma situação dramática pelo Sindicato do Professores da Região Centro”.