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O presidente da Associação Nacional de Discotecas defende que, nesta altura, há condições para a abertura de discotecas ao ar livre, pelo menos até às duas da manhã.

Com o setor encerrado há 16 meses, José Gouveia diz que a reabertura de espaços de diversão noturna permitiria, não só a retoma económica, como seria uma boa ajuda para travar as festas ilegais.

“Acho que é importante a abertura de discotecas ao ar livre muito também para estancar este fluxo de festas ilegais que se têm realizado pelo país fora”, defende em declarações à Renascença.

A acompanhar a reabertura, “temos também de falar dos horários, que nunca podem ser inferiores às duas da manhã”, acrescenta. “Se encerrarem antes, as pessoas vão continuar a ser aliciadas para as festas ilegais e, essas sim, são grandes focos de contágio, porque as pessoas não estão a aplicar as medidas de segurança e todas as restrições”, justifica.

O presidente da Associação Nacional de Discotecas, também porta-voz do Movimento Sobreviver a Pão e Água, entende ainda que, no acesso às discotecas, devem ser apresentados testes negativos à Covid-19, mas considera que os certificados de vacinação não fazem qualquer sentido – além dos problemas que têm sido registados na leitura dos certificados, José Gouveia alerta que uma pessoa vacinada pode também contrair o vírus.

“Eu coloco o certificado como uma licença de uso e porte de arma, porque uma pessoa tem o certificado, está vacinada, mas pode estar infetada e contaminar os outros. Portanto, a medida perde a lógica, porque a pessoa não sabe que o está e só porque tem um certificado pode circular à vontade e pode contaminar as pessoas, e tem licença de uso e porte de arma para o fazer”, afirma.

Costa, “o especialista-mor disto tudo”

José Gouveia acusa o primeiro-ministro de não ouvir os conselhos dos especialistas e lembra que, “já a 28 de maio, Raquel Duarte, ex-secretária de Estado da Saúde e responsável pelo plano de desconfinamento, tinha afirmado que fazer uma refeição num restaurante ou beber um copo num bar acarretava os mesmos perigos”. No entanto, o primeiro-ministro tem feito ouvidos moucos…

“O maior especialista, o especialista-mor disto tudo chama-se António Costa. Nestes 16 meses, temos vivido sob uma única batuta. Independentemente do aconselhamento dos especialistas, dos senhores ministros e secretários de Estado, e daquilo que é dito no Conselho de Ministros, no fim, prevalece a palavra de António Costa e, por isso, na mesma linha dos nomes que se dava aos reis, eu também já dei a António Costa ‘O Teimoso’”, acusa.

O Conselho de Ministros reúne-se nesta quinta-feira para decidir os próximos passos no processo de abertura do país. Na quarta-feira, foram ouvidos os especialistas no Infarmed, onde foi proposta a evolução das medidas de restrição de acordo com a taxa de vacinação contra a Covid-19.