30 nov, 2017 - 10:01 • Filipe d'Avillez
A população muçulmana na Europa continuará a crescer ao longo das próximas décadas, mas estará longe de atingir a maioria, quer no continente, quer em qualquer um dos países que compõe a União Europeia.
Um conjunto de projecções feitos pela Pew Research Center, que estuda as tendências demográficas e de opinião das religiões no mundo, aponta para que, no máximo, os muçulmanos sejam 14% da população da Europa em 2050. Para os efeitos deste estudo considera-se Europa os 28 países que compõem a União Europeia, mais a Noruega e a Suíça.
O crescimento da comunidade islâmica baseia-se em dois factores. Por um lado os maiores índices de fertilidade, com muçulmanas a ter em média mais uma criança do que as mulheres não muçulmanas na Europa, mas também nos fluxos de imigrantes e refugiados que chegam à Europa. Uma vez que esses fluxos são instáveis, e variam não só consoante a realidade geopolítica nas regiões de origem, mas também de acordo com as políticas dos países de chegada, a Pew criou três modelos diferentes para as suas projecções.
Num modelo de migração zero, pressupondo um encerramento quase total das fronteiras da Europa, a população islâmica deverá crescer apenas até aos 7,4%, com a França a apresentar a maior comunidade, com 12,7% e Portugal a aumentar apenas de 0,4 para 0,5% de muçulmanos até 2015. Bélgica e Suécia teriam 11,1% o que equivale a pouco mais de um milhão de pessoas.
Um segundo modelo, de migração média, apresenta uma população islâmica de 11,2% em 2050, com o Reino Unido a ver a sua comunidade de muçulmanos a crescer até 16,7% e França com 17,4%. Nesta situação Portugal teria uma população islâmica de 2.5%, um crescimento significativo, mas ainda muito minoritário no contexto nacional.
Por fim, num modelo de migração alta a população muçulmana da Europa cresceria até aos 14%, com 75.550 milhões de muçulmanos. Neste cenário seria a Alemanha a apresentar a maior comunidade em termos brutos, com quase 17.5 milhões de pessoas, representando 19.7% da população. Mas em termos percentuais seria a Suécia a liderar, com 30% da população a professar o Islão. Já Portugal teria os mesmos 2,5% que do cenário anterior.
Estes dados tratam a comunidade islâmica como se fosse uniforme, embora na verdade seja bastante diversa, incluindo sunitas, xiitas, ismailis e sufis, entre outros, para não falar de diferentes culturas nacionais e étnicas.
As principais conclusões do estudo da Pew podem ser vistos aqui.