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Bazar Diplomático: uma viagem de compras e sabores para “ajudar a ajudar”

15 nov, 2017 - 17:32 • Ângela Roque

Embaixadas de 41 países participam na 33.ª edição desta iniciativa, que decorre a 17 e 18 de Novembro, no Centro de Congressos de Lisboa. As receitas destinam-se a instituições que apoiam pessoas com dependência física grave.

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Porque a tradição “ainda é o que era”, a Associação das Famílias dos Diplomatas Portugueses organizou mais um bazar de Natal. A iniciativa, que já decorreu em locais tão diferentes como o Castelo de São Jorge, a Doca de Alcântara ou o Museu do Oriente, realiza-se na próxima sexta-feira e sábado no Centro de Congressos de Lisboa, com o alto patrocínio da Presidência da República.

O espaço foi cedido de forma gratuita, o que “também é uma forma de ajudar”, diz à Renascença a embaixatriz Ana da Rocha Páris, que recorda que o bazar já se realiza desde os anos oitenta.

“A primeira edição foi em 1983. Foi a doutora Manuela Eanes, mulher do presidente da República da altura, quem nos deu essa ideia, porque tinha visto num país europeu um bazar feito precisamente por cônjuges de diplomatas acreditados nesse país. A iniciativa foi organizada pela nossa associação, que então se chamava das ‘Mulheres dos Diplomatas’, e depois passou a ser a ‘Associação dos Cônjuges’ e agora chama-se ‘Associação das Famílias’”.

Desde o início que o Bazar Diplomático teve a solidariedade como objectivo. Todos os anos a comissão organizadora escolhe uma área de carência na sociedade portuguesa e as receitas revertem para instituições relacionadas com essa área. O primeiro bazar, por exemplo, rendeu dois mil contos, equivalente a 10 mil euros actualmente, que foram entregues à Obra do Ardina. Este ano, “será para as instituições que apoiam pessoas com deficiências físicas graves, que sofram por exemplo de esclerose lateral amiotrófica (ELA), tenham dificuldades motoras ou estejam completamente dependentes”, explica a embaixatriz.

No Bazar Diplomático estarão representados dezenas de países, o que permitirá aos visitantes “uma viagem de compras e sabores à volta do mundo a preços solidários”. Segundo Ana da Rocha Páris, serão “à volta de 41 embaixadas, mais as regiões autónomas dos Açores e da Madeira, e mais uns stands independentes”. Um deles o do Instituto para a Promoção da América Latina e Caraíbas (IPDAL). “É um local de encontro de pessoas que ao longo dos anos estão sempre atentas à data”, garante a embaixatriz, acrescentando que “quem já foi em anos anteriores volta sempre, e traz pessoas novas, o que é muito bom”.

Um dos locais “imperdíveis”, diz, é o espaço gourmet “onde as pessoas podem almoçar ou tomar um café acompanhado de um bolinho ou outra coisa qualquer. São tudo iguarias oferecidas pelos vários países”. Mas um dos stands mais procurados no Bazar é sempre o de Portugal. “Estará representado, como sempre, com coisas excelentes”, todos produtos “made in Portugal”, “desde Viana do Castelo, que oferece bordados, a todas as porcelanas, loiças, cristais, vidros, imensas coisas”. E é “tudo oferecido por empresas portuguesas, por lojas e por privados. É uma das nossas exigências, o produto que se tem ali é inteiramente para a causa”, explica ainda Ana da Rocha Páris, lembrando que nem sempre foi assim. “Antigamente havia coisas à consignação, mas esta é uma regra que impusemos há cinco ou seis anos, e as diversas entidades continuaram a colaborar doando os produtos. É tudo doado, o que é extraordinário da parte dessas entidades que nos apoiam, porque também estão a ajudar dessa forma”.

Outra coisa que também mudou com o tempo foi a forma de aplicar as receitas. “Não damos dinheiro. Agora o que fazemos é perguntar às instituições do que é que precisam. Se forem cadeiras de rodas especiais, dizem quantas necessitam, vão a uma loja especializada ver quanto custa e nós pagamos à loja. Estou a falar de cadeiras, mas podem ser camas articuladas, equipamentos de cozinha, por exemplo, há instituições que não têm as cozinhas equipadas. Depende daquilo que necessitarem”.

A tragédia dos incêndios florestais pode levar a comissão organizadora a decidir alargar a ajuda, admite Ana da Rocha Páris. “Ainda não falámos sobre isso, mas pode haver instituições que apoiem pessoas com dependência física grave que tenham sido afectadas pelos fogos e que precisem de ser auxiliadas. Haverá sempre uma maneira de ajudar as pessoas”, afirma.

O Bazar Diplomático realiza-se a 17 e 18 de Novembro e abre ao público sexta-feira às 11h00. Espera-se que Marcelo Rebelo de Sousa compareça, como fez o ano passado.

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