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Greve dos professores. Costa não cede a reivindicação com “impacto financeiro gigantesco”

15 nov, 2017 - 00:58

Primeiro-ministro garante que vai descongelar carreiras, mas os últimos anos não vão contar.

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O Governo vai descongelar as carreiras dos professores, mas repor imediatamente tudo o que foi cortado no passado teria um “impacto financeiro é gigantesco”, afirma o primeiro-ministro.

“Se fosse imediatamente reposto todo esse tempo em que o cronómetro não esteve a contar, isso tinha um impacto orçamental de 650 milhões, imediatamente. Ora, toda a gente reconhece que não há condições financeiras para que isto fosse possível e, por isso, é que propuseram que pudessem haver um faseamento deste impacto financeiro.”

António Costa falava à saída de uma reunião da comissão política nacional do PS, na madrugada desta quarta-feira, dia de greve nacional dos professores.

A progressão na carreira dos professores está interrompida há uma década e, segundo a leitura feita pelos vários sindicatos, a proposta de Orçamento do Estado para 2018 prevê que não seja contabilizado o trabalho realizado entre 31 de Agosto de 2005 e 31 de Dezembro de 2007 nem entre Janeiro de 2011 e 31 de Dezembro de 2018.

O primeiro-ministro afirma que o “compromisso do Governo é que paralisação da contagem do tempo deixa de existir” e devolver aos professores o direito a progredirem na carreira.

“Os professores não ficam de foram do processo de descongelamento das carreiras. Os professores foram objecto de uma medida que eu compreendo que os revolte e considerem injusta, que foi há vários anos ter sido parado o cronómetro que contava o tempo da sua carreira para efeitos de progressão. Aquilo que este Orçamento faz não é parar o cronómetro, é meter de novo o cronómetro a funcionar.”

Mas António Costa sublinha que “é muito difícil fazer uma correcção da história, porque o impacto financeiro é gigantesco”.

“Temos de garantir que não criamos riscos para no futuro voltar a haver congelamento das carreiras”, adverte.

O chefe do Governo acredita que o processo negocial com os sindicatos vai permitir alcançar um acordo.

“Eu percebo que as pessoas que tiveram muitos anos o seu tempo de serviço a não ser contabilizado para efeitos de progressão sintam nisso uma enorme frustração, mas isso não resulta deste Orçamento, mas de uma decisão tomada há vários governos atrás. O que estamos agora a fazer é que isto não se perpétua. Os sindicatos estão disponíveis para dialogar sobre como é que podemos encontrar uma forma que procure ter em conta o tempo que, entretanto, correu. Estamos disponíveis para ouvir”, declarou.

Representantes da Federação Nacional de Professores (Fenprof) e da Federação Nacional da Educação (FNE) estiveram reunidos com o Governo, mas decidiram manter a greve marcada para esta quarta-feira.

O secretário-geral da Fenprof apelou a uma "greve histórica". Segundo Mário Nogueira, o Governo não transigiu na questão que para os professores é fundamental, a contagem do tempo de serviço, que os professores exigem e o Governo não quer fazer.

O secretário geral da FNE) pede uma "resposta forte" na greve desta quarta-feira. "Não evoluímos muito na reunião e ficou agendada uma nova reunião para a próxima quinta-feira. A principal novidade foi alguma abertura do Ministério da Educação para descongelar sete anos, mas para nós tem que ser os nove anos e meio", disse João Dias da Silva.

Comentários
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  • solução
    15 nov, 2017 Santarém 23:06
    Pelos vistos o senhor Costa quando fez o assalto ao Poder só pensou nas coisas boas mas esquecendo-se de alguns agora esses lembram-lhe que também são funcionários públicos e portanto com os mesmos direitos, queixa-se agora de falta de dinheiro pois já deveria saber antes que não se fazem omeletes sem ovos, portanto agora a solução será uma vez mais aplicar-nos mais impostos o que também não fará mal nenhum pois já estamos habituados.
  • P/troc trak
    15 nov, 2017 do r.q.t.parta 15:24
    Muito bem Nuno costa. Mas esta também servirá para o troc truck track que não vê direitos nem dignidade para os professores como os da função pública. Os outros oh troc truk track estão mal não é pela função pública, estão mal pelos ladrões, pela divida da europa, mas não foram os funcionários públicos que meteram na sua conta, houve muitos que receberam subsídios mas não foram os funcionários públicos como os professores, não falando dos políticos, estes que têm grandes reformas, que entraram pobres e ficaram ricos. Os outros que estão mal não é por culpa dos funcionários públicos, oh troc track mas sim pelas máquinas que também cada vez mais empurram para a pobreza quem quer trabalhar. Tu fazes o quê? O que é que ganhas por mês? Porque não ficas contra aquilo que diz o Nuno Costa, seu truc troc track ? Não há dinheiro para reposicionar os professores na carreira, porque o dinheiro vai todo para a CGD, Novobanco, parcerias público-privadas e outros agiotas iguais." E por ultimo um track para o troc troc
  • José da Maia
    15 nov, 2017 Maia 13:42
    Este Dr.Xico faz mesmo contas de merceeiro. Deve ser um pobre coitado que quando Deus andou a distribuir inteligência ele estava no fim da fila e depois vem para aqui arrotar postas de pescada. Quem fala do que não sabe só revela de facto a sua estupidez. Para contrapôr as contas desse senhor, relembro só que existe muito serviço administrativo ou burocrático na preparação dos nos letivos, serviço aos exames e reuniões que só por si rebatem as más contas do merceeiro, que de facto na Matemática devia ser um zero à esquerda.
  • Jorge Correia
    15 nov, 2017 Coimbra 11:12
    Estive no 5○ escalão. Alteraram os escalões e passei a estar no 3○. Após mais de 20 anos como professor ganho mais 200 e poucos euros do quando comecei!!!!! Trabalho bem mais horas na escola do que os professores que tinham 20 anos de serviço em 1995. Não querem que chegue ao topo da carreira. Querem que a minha reforma, cujo cálculo nada tem a haver com a altura em que iniciei a minha carreira, seja uma miséria. Mas dinheiro para a bancs há.Alguém está preso? Algum político corrupto está preso? Eu é que vou ter que fazer sacrifícios?
  • Rui
    15 nov, 2017 Vila do Conde 11:07
    O DR XICOestá armado em dr xico esperto... mas de esperto tem pouco pois essa teoria dos professores terem muitos dias de férias já ninguém compra. Só quem não conhece a realidade das escolas e da vida de um professor nos dias de hoje é que continua a ter afirmações infelizes como a do dr xico... enfim só veio aqui destabilizar e dizer uma graçola e contribuir ZERO para este tema
  • rui
    15 nov, 2017 santarém-Portugal 10:48
    é pena que para os magistrados não pensem a mesma coisa, já que está previsto terem um acréscimo de 700 € já em janeiro de 2018. façam mais greves e que outras classes também.--
  • maria
    15 nov, 2017 10:32
    Na carreira docente, sem congelamentos, um professor progride habitualmente de escalão a cada quatro anos de serviço, se tiver uma classificação mínima de Bom na sua avaliação e cumprir as horas necessárias de formação profissional. Nas carreiras gerais da função pública um tecnico superior com classificação de serviço de Bom só acumula 1 ponto . como são precisos 10 pontos tem de esperar 10 anos para ter uma promoção. Isto sim é que é injustiça!! uns tens que esperar 4 anos e outros 10 anos para obter a mesma promoção! O governo deveria colocar as mesmas condições para as promoções para todos os funcionários pois só assim haverá justiça.
  • Joaquim Soares
    15 nov, 2017 Famalicão 10:28
    Pois é o governo pensa que faz o que quer contudo começa a ter entraves da população que começa abrir os olhos e ainda bem, dado que este governo andou apregoar e fez alguma coisa para a estabilidade social, mas que não está resultar como pretendem, ou seja pacificar o povo, no entanto há outras medidas mais necessárias, mesmo que por vezes menos agradáveis, para a real estabilidade do País. Vamos ver o que se vai passar em 2018.
  • serrano
    15 nov, 2017 covilhã 10:21
    curioso que aqui o chico andou 4 anos caladinho que ninguém deu conta dele na comunicação social porque o PSD/CDS nem lhe davam hipótese de conversa. agora que o famoso P.C, seu pai/padrinho, até já manda qualquer coisita vai de chatear branco porque os pobres dos senhores professores foram prejudicados e têm que receber tudo o que perderam como todos os outros trabalhadores. é ver para crer no sofisma desta gente que sé pensa em si.
  • Ó João
    15 nov, 2017 Lx 10:15
    A diferença é que muita coisa está a ser reposta, e com o teu saudoso desgoverno, já estariamos a sofrer os cortes anuais de 600 milhões nas reformas e pensões, porque não havia alternativas e não podiamos ser piegas! Afinal o piegas és tu! Ih!ih!ih!

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