Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

Professores mantêm greve após reunião com Governo

14 nov, 2017 - 20:11

Paralisação está marcada para esta quarta-feira. Fenprof apela a "greve histórica".

A+ / A-

O secretário-geral da Federação Nacional de Professores (Fenprof), Mário Nogueira, apela a uma "greve histórica" de professores na quarta-feira, após uma reunião de quase quatro horas com o Governo.

Segundo Mário Nogueira o Governo não transigiu na questão que para os professores é fundamental, a contagem do tempo de serviço, que os professores exigem e o Governo não quer fazer.

Na véspera de uma greve geral de professores, marcada pelos principais sindicatos, Fenprof e Federação Nacional da Educação (FNE) foram duas das estruturas chamadas ao Ministério da Educação para discutir o descongelamento de carreiras.

A Fenprof foi a primeira a reunir-se com o Governo, tendo Mário Nogueira saído depois a dizer que o nível de adesão à greve de quarta-feira é que vai determinar a resolução das exigências dos professores.

A progressão na carreira dos professores está interrompida há uma década e, segundo a leitura feita pelos vários sindicatos, a proposta de Orçamento do Estado para 2018 (OE2018) prevê que não seja contabilizado o trabalho realizado entre 31 de agosto de 2005 e 31 de dezembro de 2007 nem entre janeiro de 2011 e 31 de dezembro de 2018.

De acordo com Mário Nogueira, o Governo usou argumentos jurídicos para justificar essa decisão e o sindicato respondeu com "o direito das pessoas de recuperar o tempo de serviço que cumpriram".

A Fenprof disse, está disponível para uma reposição faseada desse tempo mas após tantas horas de reunião "o Governo considera que não seria correto recuperar os anos que os professores perderam", tendo o Ministério das Finanças procurado "provar que esse tempo de serviço não podia ser recuperado".

"E isso para nós é inaceitável. Vamos amanhã fazer uma grande greve, do nível de adesão resultará a decisão do Governo", disse Mário Nogueira, acrescentando que "o plano jurídico é uma coisa e o plano político é outra".

Mário Nogueira salientou que "não foi fechada a porta das negociações" com o Governo, que podem continuar já na quinta-feira, mas reafirmou que será "determinante" o que acontecer na greve e manifestação em frente da Assembleia da República.

José Alberto Marques, presidente do Sindicato dos Professores da Grande Lisboa e da direção da Fenprof, disse à Lusa que houve da parte das secretárias de Estado Adjunta e da Educação, Alexandra Leitão, e da Administração Pública, Maria de Fátima Fonseca, grande abertura para a continuação do debate sobre estas matérias.

O sindicalista salientou que a não contagem do tempo de carreira afeta professores nalguns casos em 15 anos, e disse que por saber que satisfazer as exigências dos sindicatos tem um impacto no OGE é que a Fenprof propõe um faseamento que pode ir até quatro anos.

Um docente com 30 anos de serviço, exemplificou, pode estar agora a passar para o quinto escalão quando devia estar no nono. E vai ganhar mais 90 euros quando devia ganhar 10 vezes mais.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • jose
    15 nov, 2017 coimbra 08:02
    Caro Sr. Mário Nogueira, como o senhor não sabe o que é dar uma aula à mais de 20 anos, presumo que também não sabe o que é trabalhar.... trabalhar significa que o patrão contrata e depois altera as regras do jogo, a favor dele.... e se o empregado não quer, tem uma solução, vai procurar em outro lugar..... nesse sentido, agradeço para bem do meu Pais (o meu filho anda na escola), os professores querem trabalharem com as novas regras trabalham os que não querem têm uma boa solução, procuram trabalho noutro sitio.... Tenho dito.
  • Antonio
    15 nov, 2017 Mirandela 00:04
    Nem sempre um bandido se vê pela cara.......mas este sim , tem cara de bandido/ARRUACEIRO.
  • Filipe
    14 nov, 2017 évora 22:11
    Quando andaram sentados a discutir o último concurso não reclamaram , reclamam agora a poucos dias do subsidio de Natal ser pago mais 50% e apelam à greve para que o Estado poupe nesse dia o que vai pagar dia 22 . Que grande lata tem estes homens ditos do povo ... o que vai dar a greve quer nos professores ou médicos e afins ? O que não fazem no dia da greve vai empatar os outros dias normais .
  • isidoro foito
    14 nov, 2017 elvas 20:18
    este bandido apela á greve e eu apelo ao fim do comunismo e se possível ao fim deste senhor

Destaques V+