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Confederações de pais reafirmam que a prioridade deve ser a qualidade da comida

10 nov, 2017 - 23:40

Já os Directores de Agrupamentos de Escolas Públicas insistem que no final de todas as refeições há relatórios entregues à Direcção Geral dos Estabelecimentos Escolares.

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O presidente da Confederação das Associações de Pais lamenta que haja escolas mais preocupadas em avançar com processos disciplinares do que em resolver o problema das condições da alimentação nas cantinas. Jorge Ascensão defende que os processos disciplinares a alunos que tiram fotografias à comida deviam ser meramente pedagógicos, sem sanções significativas.

“O que nos preocupa a nós e que gostaríamos que preocupasse os directores – ainda que possam fazer alguma formação aos jovens de que há coisas que devem ser tratadas internamente – mas a principal preocupação tem de ser tratar. É lamentável que tenha acontecido, de forma generalizada, em muitas escolas as condições de alimentação que foram apresentadas aos nossos filhos. Infelizmente algumas escolas preocuparam-se mais em levantar processos disciplinares”, disse.

Nestas declarações à Renascença, o presidente da CONFAP lamenta, ainda, que as associações de pais não tenham acesso aos relatórios diários sobre o funcionamento das cantinas.

“Nós sabemos que há relatórios diários, as associações de pais não têm conhecimento destes relatórios. Nalguns casos fazemos a prova da refeição, mas não é sistemático nem generalizado”, acrescenta.

Às críticas da CONFAP responde o presidente da Associação de Directores de Agrupamentos de Escolas Públicas.

Filinto Lima recusa a ideia de que os directores não estejam preocupados em resolver o problema das refeições escolares e que todos os casos estão a ser reportados à Direcção Geral dos Estabelecimentos Escolares.

“Só diz isso quem não está diariamente nas escolas e quem não percebe que os directores querem o melhor para os seus alunos. Os directores, todos os dias, no final de cada refeição reportam à DGEstE [Direcção Geral dos Estabelecimentos Escolares] e à empresa concessionária as anomalias que se passam nas escolas e quem tem que as resolver é a DGEstE”, refere.

Filinto Lima considera que os processos disciplinares são inevitáveis, uma vez que a captação e divulgação das imagens vai contra o que está escrito no Estatuto do Aluno. No entanto, neste caso, considera que há atenuantes que podem ser levadas em conta.

Por fim, o presidente da Associação de Directores Escolares lamenta a generalização que, diz, está a ser feita em relação às cantinas escolares.

“O mal é generalizar tudo. Agora, os miúdos mesmo nas escolas em que se almoça devidamente, que é a maioria, já tiram fotografias à comida para mostrar aos pais. Estamos a entrar numa paranóia que tem de parar. Admito que estas empresas, em algumas situações, não estejam a cumprir os cadernos de encargos porque não têm os funcionários suficientes ou porque não dão em quantidade a comida que deviam dar aos nossos alunos, mas o Ministério da Educação sabe disto. E estas empresas poderão ser penalizadas”, acrescenta.

A aluna que publicou na internet o vídeo em que aparece uma lagarta num prato servido numa cantina escolar, está a ser alvo de um processo disciplinar. A denúncia parte da Associação de Pais da Escola Básica André Soares, em Braga, onde estuda a aluna em causa.

A direcção do estabelecimento escolar terá considerado que foi violado o regulamento interno da instituição.

Também esta sexta-feira foi conhecido o caso de duas alunas de Gaia suspensas por terem divulgado fotografias em que mostravam a alegada má qualidade das refeições escolares.

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