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SEF. Aeroporto de Lisboa utilizado como placa giratória para rede de tráfico de crianças

27 set, 2017 - 19:34

Desde Março deste ano, "foram detectadas, sinalizadas e acolhidas cinco crianças em instituições em Portugal".

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O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) confirma que o aeroporto de Lisboa está a ser utilizado como placa giratória para uma rede transnacional de tráfico para introduzir crianças da África subsaariana no espaço Schengen.

Edite Fernandes, inspectora da Unidade de Tráfico de Pessoas do SEF, diz à Renascença que "Portugal é, de facto, país de trânsito e porta de entrada". O que, de acordo com esta responsável, se justifica com "a posição geográfica e com o facto de termos ligações, simultaneamente, com os países de origem e com os destinos europeus".

Por outro lado, "as autoridades têm estado mais atentas a outras rotas de tráfico que já eram tradicionalmente utilizadas, o que leva estas redes a abrirem novas rotas. Esta, em concreto, inclui Portugal".

Desde Março deste ano, "foram detectadas, sinalizadas e acolhidas cinco crianças em instituições em Portugal".

São menores oriundos "de países anglófonos e francófonos", como o "Senegal, o Congo ou o Gana", diz.

Uma das dificuldades sentidas pelas autoridades é o facto de, na maior parte dos casos, os intermediários das redes de tráfico serem portadores de cidadania europeia.

Já as crianças viajam com documentação falsa "e é por essa via que os nossos inspectores detectam os casos".

Edite Fernandes acrescenta que "os inspectores de fronteira têm recebido treino adequado, quer ao nível da peritagem e da fraude documental mas também relativamente aos indícios de tráfico de pessoas e de crime".

Por outro lado, Edite Fernandes explica que o SEF enfrenta outra dificuldade, "ao nível da cooperação dos suspeitos com as investigações, que é praticamente inexistente", assim como "ao nível da troca de informações entre Portugal e os países de origem das vítimas de tráfico".

Cinco casos, ou mais? SEF não confirma nem desmente

Os cinco casos agora revelados pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras são os que estão oficialmente contabilizados.

Contudo, a responsável pela Unidade de Tráfico de Pessoas reconhece que não existe qualquer dado ou indício que permita aferir a existência de outros casos que possam ter escapado ao controlo dos inspectores.

"Acreditamos que não", responde Edite Fernandes.

Comentários
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  • Vera
    19 abr, 2018 Palmela 15:53
    Deus... onde estás? Tenho notado que nestes últimos tempos, andas distraído! Santa Mãe de Jesus, rogai por todos os que precisam da Tua ajuda...
  • Horacio
    29 set, 2017 Lisboa 15:07
    Prisão prolongada para os cidadãos europeus que participam do tráfico de crianças ou até mesmo adultos. É a única solução .e também muitas altas para que a pratica de tráfico humano não seja rentável . A união europeia devia de criar um base de dados para esta gente que é apanhada eles devem ser photographados ,suas digitais e outras informações biometricas devem ser guardadas para puderem ser accessadas por as autoridades de todos os países . E se forrem residentes ou naturalizados os seus direitos devem ser retirados e eles deportados após cumprirem a pena de prisão. Basta de meias medidas e de tratar criminosos com luvas de veludo na Europa..temos problemas suficientes sem estarmos a importar mais . Quanto às crianças devem ser imediatamente devolvidas ao país de origem são problema dos seus países .se uma criança portuguesa estivesse na mesma situação no Senegal ou Nigéria eles a entregavam as autoridades portuguesa imediatamente e ainda mandavam a fatura por despesas incumbidas. Devemos fazer o mesmo. Se os pais se encontrarem na Europa devem se identificar ou serem identificados e devolvidos ao país de origem também. Sem medidas rigorosas isto vai só aumentar e chegar ao ponto de não haver controle nenhum. Quem passa e fica incentiva mais 100 a virem e esses cem mais mill. O resultado são o que vimos barcos no Mediterrâneo ,tráfico de pessoas e bairros degradados para não falar de terrorismo.

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