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Jerónimo admite novo acordo com PS, mas diferente do actual

20 set, 2017 - 09:22

Entrevistado na Manhã da Renascença, o líder do PCP critica as “afirmações populistas” do candidato do PSD a Loures e garante que não será possível nova aliança com o PSD naquele concelho.

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Jerónimo de Sousa entrevistado na Manhã da RR por João Cunha, autárquicas 2017 (20/09/2017)

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Repetir o actual acordo que sustenta o Governo será difícil, mas Jerónimo de Sousa admite uma nova posição conjunta com o PS para uma solução de Governo, com circunstâncias e termos diferentes.

“Os acontecimentos distanciados no tempo nunca se repetem da mesma forma”, começa por justificar Jerónimo de Sousa, em entrevista à Renascença, reconhecendo que está a haver uma evolução que os comunistas apreciam.

“Hoje, o problema não é um Governo como o de PSD/CDS; hoje temos um Governo que, através das posições conjuntas, permitiu avanços, reposição de rendimentos e direitos que estão na posição conjunta”, acrescenta Jerónimo, esclarecendo que não se justificará uma “posição conjunta” (o nome que o PCP dá ao acordo com o PS) igual à que existe, mas que poderá haver outra.

“É perante uma situação concreta que encontraremos uma solução concreta”, conclui o líder comunista, que tem sustentado a sua intervenção na campanha eleitoral autárquica no princípio de que é preciso o PCP ter mais força para influenciar ainda mais o Governo.

Críticas aos "populismos" do PSD

O que não será para repetir é a actual aliança que o PCP tem no concelho de Loures, o município onde Jerónimo vive, com o PSD.

Jerónimo de Sousa mostra-se satisfeito com a gestão autárquica de Bernardino Soares em Loures – onde, em 2013, não teve maioria absoluta - e considera inaceitáveis as declarações do candidato do PSD, André Ventura, sobre a comunidade cigana.

“São feitas apenas para procurar ir ao encontro dos sentimentos mais primários e mais básicos de hostilização”, afirma.

Natural da freguesia de Pirescoxe (concelho de Loures), onde foi entrevistado, o líder comunista diz que as “muitas etnias” e comunidades ali existentes “conseguiram uma integração e uma normalização de vida que não corresponde a essas afirmações inaceitáveis e populistas”.

Há quatro anos, a CDU alcançou um acordo com um vereador do PSD na Câmara de Loures, “resultante da posição arrogante do Partido Socialista que, perdendo a Câmara, queria continuar a governar a Câmara”. Ou seja, o líder comunista critica o PS local por querer fazer em Loures aquilo que acabou por fazer com o PCP e o Bloco no páis: governar sem ter ganho as eleições.

Mas agora existe um problema. As declarações do cabeça de lista do partido “colidem claramente com o programa e os objectivos da CDU. Não há possibilidade de consenso com uma pessoa que faz desses conceitos de xenofobia e de racismo” uma arma de campanha, afirma Jerónimo de Sousa.

“Esperemos encontrar a solução e a melhor seria a vitória reforçada da CDU”, remata, sem usar a expressão daquilo que realmente o PCP procura naquele concelho: a maioria absoluta.

No início da semana, o candidato do PSD à Câmara de Loures (onde o candidato da CDU é novamente Bernardino Soares) afirmou, numa entrevista, que a comunidade cigana vive “exclusivamente de subsídios do Estado” e que “há um enorme sentimento de impunidade".

Na mesma entrevista, André Ventura defendeu ainda que os portugueses são “demasiado tolerantes com algumas minorias”, referindo-se aos ciganos.

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  • Eborense
    22 set, 2017 Évora 00:26
    Eu quero o Tio Jerónimo em Ministro dos Negócios Estrangeiros e a Catrina do Berloque em Ministra das Finanças.
  • VICTOR MARQUES
    20 set, 2017 Matosinhos 12:25
    Não há circos sem palhaços...
  • 20 set, 2017 Lisboa 11:02
    Os "democratas" apelidam de populismo quando a democracia os incomoda.
  • Vitor Lopes
    20 set, 2017 Lisboa 11:02
    Já é hora do partido comunista mudar de cacete
  • tuga
    20 set, 2017 lisboa 10:38
    O PCP a competir com o BE na defesa de pretos, refugiados, ilegais, gays, etc. A competir para medalha do maior traidor a destruir a nossa raça, a nossa identidade, a nossa cultura. Não discutam, fazem-se duas medalhas duas taças e pronto. Estamos a deixar uma bela herança aos nossos filhos e netos.

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