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CNE desaconselha realizar jogos de futebol em dia de eleições

12 set, 2017 - 16:45

A Liga Portuguesa de Futebol Profissional explica o calendário com a participação das equipas portuguesas nas competições europeias e o jogo seguinte da selecção nacional.

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A Comissão Nacional de Eleições (CNE) reiterou esta terça-feira que é desaconselhável a realização de eventos como jogos de futebol no dia das eleições autárquicas porque podem potenciar a abstenção.

Contactado pela agência Lusa, o porta-voz da CNE, João Tiago Machado, afirmou que, na reunião plenária de hoje, a comissão reiterou a posição que havia assumido em Setembro de 2015, a propósito da realização de jogos de futebol no fim de semana das eleições legislativas de Outubro.

"Não havendo lei que expressamente os proíba, é desaconselhável a realização de eventos desta natureza que, em abstracto, potenciam a abstenção de um número que pode ser significativo de eleitores que, para além dos profissionais envolvidos, se deslocam para fora do local da sua residência habitual", pode ler-se na ata de 8 de setembro de 2015.

Na mesma comunicação, a CNE refere ainda que " a manutenção das condições de tranquilidade pública no dia da eleição, que todos desejamos, recomenda que se evite estimular concentrações significativas de cidadãos, especialmente em ambiente de potencial conflitualidade".

Em carta dirigida ao presidente da CNE, datada de hoje, a Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) explica que a realização de quatro jogos no domingo em que os portugueses vão às urnas está relacionada com a participação das equipas portuguesas nas competições europeias e o jogo seguinte da selecção nacional.

"Contudo, face à participação das equipas portuguesas em competição europeia na semana anterior, à necessidade de acautelamento do intervalo regulamentar de descanso entre jogos de pelo menos 72 horas, bem como a obrigatoriedade de libertação de jogadores para as selecções nacionais, no dia 02 de Outubro", o organismo indica que agendou quatro jogos para o dia das eleições autárquicas.

Além do confronto entre o Sporting e o FC Porto, actualmente, os dois primeiros classificados do campeonato, com início às 18:00 horas, estão também marcados para 1 de Outubro os jogos Marítimo-Benfica (20:15), Sporting de Braga-Estoril-Praia (16:00) e Belenenses-Vitória de Guimarães (20:30).

"A Liga está convicta de que os portugueses têm plena noção dos seus deveres e responsabilidades cívicas. Razão pela qual a lei não prevê qualquer proibição de actividades de entretenimento e desportivas em datas eleitorais", entende o director de comunicação da LPFP, António Barroso.

Bloco contra, Jerónimo teme "abstenção futebolística"

A decisão da Liga Portuguesa de Futebol em mater a data dos jogos para 1 de Outubro - apesar do parecer da CNE - tem suscitou várias reacções políticas.

O Bloco de Esquerda, em declarações ao jornal "Público", fez saber que considerava a marcação de jogos para esse dia como "um erro", ao passo que o presidente do PS, Carlos César, "não vê drama" nesta coincidência se "não se colocarem problemas de segurança". O clássico Sporting- FC Porto e o Braga-Estoril-Praia acontecem ainda antes das urnas fecharem.

O líder da CDU, Jerónimo de Sousa, veio a público esta terça-feira defender que, apesar de temer que a "abstenção futebolística" possa interferir nos resultados autárquicos, está confiante na participação democrática da população portuguesa.

"Seria desejável que não houvesse essa sobreposição, esses jogos, num dia tão importante em que são as eleições para as autarquias. De qualquer forma, é preciso confiar nos portugueses, nos eleitores. Estamos convictos que, independentemente do futebol, sua importância e atracção, no dia 1 de Outubro os portugueses vão mesmo votar", disse Jerónimo de Sousa, numa "mini-arruada", na Parede, Cascais.

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  • Fernando Magalhães
    14 set, 2017 Massamá 10:50
    A CNE deveria abster-se de emitir juízos em causa própria...
  • Demagogia
    13 set, 2017 lis 16:51
    Há países onde se vota nos dias de semana e de trabalho e não é por isso que a população deixa de votar! Há tempo para tudo, desde que se queira e bem gerido!

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