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Ensino Superior. Há sete anos que não entravam tantos alunos na 1.ª fase

10 set, 2017 - 00:01 • Rui Barros , João Cunha

Foram colocados quase 45 mil alunos no ensino superior, o valor mais alto desde 2010. Tutela prevê um total de 73 mil novos estudantes provenientes de todas as modalidades de acesso.

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É o valor mais alto desde 2010. A 1.ª fase do concurso de acesso ao ensino superior público, cujo os dados foram divulgados este domingo, colocou 44.914 novos alunos nas universidades e politécnicos portugueses, um aumento de quase 4,6% face a 2009 e que se verifica há quatro anos consecutivos.

Segundo os dados da Direcção-Geral do Ensino Superior (DGES), dos 52.434 candidatos a um lugar no ensino superior - o número de candidatos mais alto desde 2009 - quase 45 mil conseguiram um lugar na 1ª fase do concurso, um valor que traduz-se num aumento de mais 1.956 colocados face a 2016. A percentagem de colocações na primeira fase ronda este ano os 86%, um valor ligeiramente mais baixo ao verificado nos últimos dois anos.

O número de colocados na 1ª fase dá corpo à recuperação que se tem verificado nos últimos anos, situando-se agora perto do valor mais alto verificado em dez anos, quando entraram em 2010 quase 46 mil novos estudantes.

Os dados da DGES divulgados este domingo e disponíveis nesta tabela interactiva mostram ainda que ficaram por preencher 6.225 lugares. É o menor número de vagas sobrantes desde 2009, representando uma diminuição de 22,4% em relação à mesma fase do concurso em 2016.

Cerca de 12% das vagas iniciais ficam agora disponíveis para a 2ª fase do concurso nacional.

Dois em cada três cursos esgotados. Ninguém quis 44 cursos

Dos 1.062 cursos disponíveis nas universidades e politécnicos portugueses, dois terços não deixaram qualquer vaga por preencher na 1ª fase, em contraste com os 44 cursos que registaram zero colocados. De acordo com os dados divulgados este domingo, há 711 cursos que não deixaram vagas para a 2ª fase do concurso nacional.

No lado oposto, estão os cursos que não registaram nenhuma colocação: 44 cursos não tiveram qualquer procura, com o Instituto Politécnico de Bragança a liderar a lista das instituições que mais cursos com zero colocados ofereceu (8 cursos). Esta é, aliás, a instituição com maior número de vagas sobrantes, com 1.201 (62% das vagas oferecidas no início do concurso) ainda por preencher.


Consulte a tabela interactiva: As médias e as vagas da 1ª fase do concurso de acesso ao Ensino Superior

Apesar de tudo, segundo a DGES, o número de estudantes colocados em instituições localizadas em regiões de menor densidade populacional aumentou 13% em relação a 2016, com os politécnicos a crescerem na ordem dos 20%.

Engenharia Civil é o curso que mais vezes aparece na lista dos cursos que ninguém quis. Treze dos 44 cursos que não tiveram nenhum colocado são de Engenharia Civil.

Segundo os dados da DGES, há ainda 160 cursos com menos de dez colocados, ainda que a tutela ressalve que o facto de um curso ter um número de inscritos inferior a 10 não coloca em risco a sua continuidade no próximo ano lectivo.

Metade entrou no curso desejado

Num concurso em que o candidato é colocado com base na ordem das seis opções que selecciona - isto é, o candidato só avança para a segunda opção escolhida caso não consiga entrar na primeira -, 49% entrou na opção que realmente queria. Um valor que se equipara ao de 2016 (51%), mas que está longe dos 60% registados em 2013.

Ainda assim, cinco em cada seis candidatos foram colocados numa das suas três primeiras opções.

Aos quase 45 mil que já garantiram o seu lugar no Ensino Superior, a tutela estima que se juntem mais cerca de 1.900 alunos nas 2ª e 3ª fase do concurso. A estes quase 47 mil novos estudantes, juntar-se-ão mais 27 mil através de outras modalidades de acesso, perfazendo um total de quase 73 mil novos estudantes.

A 2ª fase do concurso decorre de 11 a 22 de Setembro, estando disponíveis as vagas que sobraram da 1ª fase, aquelas em que, apesar de alguém ter sido colocado nelas, não foram “reclamadas” no momento da matrícula, as resultantes da recolocação de estudantes já colocados, as libertadas na sequência de retificações às colocações da primeira fase ou ainda as vagas adicionais criadas nos termos do regulamento ou que sejam utilizadas no atendimento de reclamações.

Podem concorrer aqueles que não conseguiram entrar na 1.ª fase, quem não se candidatou ainda, os que só reuniram as condições para se candidatar após o fim do prazo da 1ª fase, quem não se matriculou na instituição em que foi colocado ou simplesmente quem queira tentar de novo.

Os resultados são conhecidos a 27 de Setembro.



Comentários
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  • sofia
    11 set, 2017 Lisboa 10:41
    Sim, há 7 anos que não entravam tantos alunos para o ensino superior, mas 2016 também foi o ano de maior abandono escolar. Só para que o Sr Costa não se deslumbrar e fazer o que deve ser feito.
  • Endovenoso
    10 set, 2017 almeida 15:05
    Eu já tenho a certeza que vou entrar na 4ª fase e só tenho média de 10 no 9º ano, já que os 10º e 11º foram bem albardados. Na privada dissera-me para passar lá pela secretaria e fazer a inscrição, a média nao interessa, o importante é ter a mensalidade em dia. Dei uma vista de olhos pelo cardápio dos cursos e estava lá um que gosto - Ralações Publicas e Politricas Internacionais.
  • Maria
    10 set, 2017 Porto 11:52
    ´a geringonça a funcionar no seu melhor!! Depois virá alguém dizer que se calhar não é bem assim, houve uma falha no "sistema".... é como Tancos - agora o Ministro da Defesa até já acha que se calhar não houve assalto nenhum. Valha-nos Deus! Quem anda a brincar com quem??
  • couto machado
    10 set, 2017 porto 10:44
    À partida, não vai haver colocação para todos...há cursos que não lembram ao diabo, servindo apenas para "enfeitar" o curso superior português... fazer figura de rico foi sempre apanágio do lorpa nacional, mas enfim. Agora uma pergunta, cuja resposta muito gostaria de saber. A malta tem vocação ? É que nunca se equaciona o VOCAÇÃO. Vou para jurista, por ir ? Vou para economista por ir ? Vou para arquitecto por ir ? Vou para engenheiro por ir ? Valha-nos Deus...
  • Cidadao...
    10 set, 2017 Viseu 04:03
    Sera que a notas medias de acesso tambem baixaram? Colocar esta gente toda a trabalhar em Portugal? Com que salarios? Onde esta o crescimento economico que o suporte? Onde esta o investimento privado que o suporte? Sera que o Estado os vai empregar a todos? Começa a ser preocupante, muito preocupante.
  • fernando faustino
    10 set, 2017 usa 01:05
    ...E irá haver colocação para essa gente toda!
  • Filipe
    10 set, 2017 évora 00:40
    Não percebo é como não entram é logo todos , se 1 apenas não entrar conta mais um desempregado nas estatísticas . Afina , tudo conta para baixar os número que apresentam de desemprego em Portugal , é os que emigram , é os que desistiram de procurar emprego , é os que estuda , estão em estágios nem que seja não renumerados ... tudo conta . Façam assim , comparem os números que baixam ao desemprego vs novas entradas na segurança social e mostrem números . Ou , proponham oferecer na inscrição para o desemprego a possibilidade de um sorteio tal como fazem na Autoridade Tributária com as faturas ... vão ver o disparo dos números . Boa ?

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