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Angola. BE lamenta que eleições não representem mudança que país precisa

24 ago, 2017 - 00:47

Catarina Martins reconhece que país "começa a dar passos pela democracia".

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A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, lamenta que as eleições gerais de Angola não sejam ainda a mudança que o país precisa, mas enaltece uma nova geração angolana que "começa a dar passos pela democracia".

Angola realizou na quarta-feira as suas quartas eleições gerais para escolher, entre seis candidatos, o sucessor de José Eduardo dos Santos - que não integra qualquer lista candidata -, estando a contagem nas mesas de voto a decorrer.

Em declarações à agência Lusa à margem da visita que quarta-feira à noite fez às Festas de Corroios, Seixal, a coordenadora do BE, Catarina Martins, considerou que "estas eleições não são a mudança de que Angola precisa".

"Era bom que estas eleições fossem de uma mudança, sabemos que não serão, ainda, mas também sabemos que há uma nova geração muito empenhada numa mudança política em Angola, que vai fazendo o seu caminho e vemos como há neste momento mais força para que alguma coisa mude", destacou.

Apesar da "pouca esperança" nos resultados das eleições de quarta-feira, a líder bloquista afirmou que esta "nova geração, que é muito exigente pela democracia, contra a corrupção, pelo bom uso dos recursos de Angola, começa a fazer ouvir-se".

"Todos aqueles que nos preocupamos com Angola e com o povo angolano vemos com uma enorme preocupação que um dos países com mais riqueza do mundo seja aquele onde há mais pobreza e onde a mortalidade infantil é uma das mais altas do mundo", lamentou.

Uma "elite corrupta", na opinião de Catarina Martins, "foi retirando às angolanas e aos angolanos as possibilidades de vida digna no seu país".

"Aliás, como se sabe, Angola não aceitou sequer ter observadores no processo eleitoral. Só aceitou ter pessoas no dia da votação, mas a observação eleitoral significa ser nos meses anteriores, na campanha", criticou, considerando que "houve uma enorme pressão do Governo para se perpetuar".

Concorreram a estas eleições o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE), Partido de Renovação Social (PRS), Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) e Aliança Patriótica Nacional (APN).

A CNE constituiu 12.512 assembleias de voto, que incluíram 25.873 mesas de voto, algumas instaladas em escolas e em tendas por todo o país, com o escrutínio centralizado nas capitais de província e em Luanda, com 9.317.294 eleitores em condições de votar.

A Constituição angolana aprovada em 2010 prevê a realização de eleições gerais a cada cinco anos, elegendo 130 deputados pelo círculo nacional e mais cinco deputados pelos círculos eleitorais de cada uma das 18 províncias do país (num total de 90).

Comentários
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  • Pedro
    25 ago, 2017 Lisboa 10:26
    ANDRE diga aqui à gente quem são esses "todos"
  • Bela
    24 ago, 2017 Coimbra 16:16
    (Catarina Martins reconhece que país "começa a dar passos pela democracia".) Esta senhora desconhece a realidade angolana. Angola está a caminhar, oxalá me engane, para outra fase de problemas internos.
  • mendes
    24 ago, 2017 braga 14:57
    para o andre o be nao pode desaparecer porque o ps precisa dele
  • André
    24 ago, 2017 Leiria 07:53
    Um grande sinal de evolução democrática em Portugal, era por exemplo o BE desaparecer completamente!!! Eramos todos muito mais, felizes.

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