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Pedrógão Grande. Costa apela a que todos sigam instruções das autoridades

18 jun, 2017 - 22:00

Governante esteve junto ao incêndio de Góis e repetiu os números oficiais da tragédia: 61 mortos, 62 feridos.

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"Neste momento os meios são ajustados às necessidades", garante António Costa
"Neste momento os meios são ajustados às necessidades", garante António Costa

O primeiro-ministro apela a todos os cidadãos nas áreas afectadas por incêndios que cumpram as ordens das autoridades, nomeadamente de evacuação, e lembra que a maioria das vítimas já identificadas no fogo de Pedrógão Grande morreu em casa.

"Quero chamar a atenção que a maioria das pessoas que faleceu, e que já estão identificadas, não foram vítimas nos carros, foram vitimadas nas casas que não tiveram oportunidade de abandonar a tempo", afirmou António Costa, em declarações aos jornalistas, em Alvares, freguesia do concelho de Góis (Coimbra), também atingido por um incêndio violento e no final de uma visita aos municípios mais afectados.

Por isso, apelou o primeiro-ministro, "quando as autoridades fazem apelos de evacuação é essencial que sejam cumpridos".

No final de uma visita que efectuou aos concelhos de Pedrogão Grande, Castanheira da Serra, Figueiró dos Vinhos e de ter contactado com o presidente de Câmara da Pampilhosa da Serra, António Costa disse que esta deslocação serviu para fazer a avaliação da situação no terreno, quer dos meios de combate aos incêndios, quer do que vai ser preciso fazer para a reconstrução destes territórios.

"No conjunto do país temos vários incêndios, mas a situação dramática que se viveu em Pedrogão não tem paralelo, é uma situação única. Temos de evitar a todo o custo repetir, por isso é que é essencial que sigam as instruções das autoridades", reforçou.

"Infelizmente, conforme as horas vão passando vamos confirmando que estamos perante a maior tragédia humana de sempre, neste momento 61 mortos, e temos fortes probabilidades conforme for sendo feito o trabalho de identificação que o número de vítimas seja superior a este", acrescentou.

António Costa disse que a descrição que lhe foi feita pelos autarcas da região lhe permitiu compreender melhor o que ocorreu e apelou a que, posteriormente, as razões na base deste incêndio sejam devidamente "estudadas e compreendidas".

"É uma tragédia que teremos de compreender bem no devido momento, tenho confiança na Polícia Judiciária, no Instituto de Medicina Legal e toda a comunidade cientifica portuguesa. O país tem o direito a saber como aconteceu esta tragédia", defendeu.

António Costa reiterou que existem vários centros operacionais da Segurança Social a funcionar no terreno para responder às necessidades de alojamento e repetiu que os estabelecimentos de ensino de Pedrogão, Figueiró e Castanheira estarão encerrados por tempo indeterminado.

O primeiro-ministro lembrou que os alunos residentes nestes concelhos bem como os bombeiros de serviço estão dispensados de realizar provas de exame e aferição na próxima semana, que serão posteriormente remarcados pelo Ministério da Educação.

António Costa adiantou ainda que irá ser criada na Protecção Civil uma linha para que as pessoas possam dar conta dos desaparecidos, salientando que a linha até agora criada -- número 144 -- responde apenas a necessidades de alojamento.

Questionado se teme que o incêndio que começou em Pedrogão Grande se junte ao de Góis, que lavra também desde a tarde de sábado, António Costa manifestou a sua confiança nos meios no terreno, mas alertou para as condições adversas.

"O vento a aumentar, a temperatura que não está a baixar, a humidade que não está a subir, criam condições adversas para os que estão a enfrentar o fogo", lamentou.

O primeiro-ministro sublinhou que testemunhou no terreno "a forma única" como os profissionais e os voluntários se têm dedicado "de alma e coração" à tarefa de proteger pessoas, bens e floresta.

"O país partilha todo um imenso sentimento de luto nacional e um grande sentido de unidade, isso deve-nos regozijar enquanto portugueses", disse, salientando igualmente a grande solidariedade internacional.

O primeiro-ministro alertou ainda que, passada esta fase de combate, o país irá enfrentar outra mais dolorosa, a fase do luto.

"Nesse momento temos todos de nos curvar no grande respeito pelas famílias, colegas, vizinhos que perderam pessoas", apelou.

O último balanço dá conta de 61 mortos civis e 62 feridos, dois deles em estado grave. Entre os operacionais, registam-se dez feridos, quatro deles em estado grave. Há ainda dezenas de deslocados, estando por calcular o número de casas e viaturas destruídas.

O fogo, que deflagrou às 13h43 de sábado, em Escalos Fundeiros, concelho de Pedrógão Grande, alastrou depois aos concelhos vizinhos de Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pera, no distrito de Leiria.

O Governo decretou três dias de luto nacional, entre hoje e terça-feira.

Comentários
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  • Sr Filipe...
    19 jun, 2017 Aldeia 09:43
    Tem toda a razão no que diz! Eu já enviei dezenas de comentários para a RR a explicar aos jornalistas o que significavam os avisios do IPMA mas lamentavelmente a maior parte das vezes eles nem sequer os publicam. Talvez porque se acham donos do saber ou então porque querem pactuar com a lavagem cerebral que as autoridades da proteção civil andam a fazer e que tem um único propósito: desviar as atenções e lavarem as mãos das responsabilidades. Como já disse a esses indivíduos aos quais eu chamo de jornaleiros, porque a maior parte deles são mesmo uns tarefeiros que não sabem o que andam a fazer, os avisos do IPMA são para a proteção civil estar de preveção para um determinado tipo de acontecimentos que possam vir a acontecer. Cetamente esses avisos englobam os meios tecnicos que têm que estar operacionais num determinando momento assim como o nivel de prontidão. É claro que o Sr Costa não tem nenhuma razão em dizer que os meios foram ou são os adequados. O Sr costa ou tem muito sangue frio ou então tem tiques de desumanização porque para socorrer tem está em aflição todos os meios nunca são demais! Espero que todas as pessoas analisem bem o que se está a passar e TEM DE HAVER UMA MUDANÇA! CHEGA DE SOFRER!
  • Mario
    19 jun, 2017 Portugal 01:46
    Ainda no ano passado este velhaco e o PR fartaram-se de fazer promessas sobre catástrofe que se viveu.. Resultado incendiários mandados para casa e nada foi feito em termos de limpeza nas florestas. Agora acontece uma desgraça com dezenas de pessoas mortas e quem tem a responsabilidade? Duvido que tomem alguma medida pois daqui a alguns meses ja esqueceram como foi o que se passou no ano passado... So conversa da treta...
  • CULPA MORRE SOLTEIRA
    19 jun, 2017 Lx 00:31
    Os organismos públicos tal como a Proteção civil tem mais funcionários que um regimento de infantaria e não faz bem a missão deles. Todos anos se fala da floresta, do reordenamento e coisas quejandas. Um governo que gere sem estratégia como este leva a eses resultados. A responsabilidade política por esta tragedia vai ser de quem? Nada se passará como é hábito neste país que é uma choldra...Para o ano estará tudo na mesma e com os figurões políticos a debitar as mesmas balelas...Onde andam os célebres Kamoves do tempo do kamarada Costa como Ministro da Administraçao interna? Funcionam? Não fucnionam? Não existem verbas? O pagode tem o direito de saber tudo dessas negociatas dos políticos nunca esclarecidas.
  • 19 jun, 2017 00:23
    E com enorme pesar que manifesto a minha solidariedade para com esta tragédia que assolou o país.Espero que sirva de lição aos governantes e que tomem medidas adequadas para que se minimizem as consequências que dai advêm.Não tem sido por falta de alertas porque todos os anos o pais é fustigado por incêndios,mas nada do que devia ter sido feito se concretizou.Não se aposta numa prevenção adequada.Ordenamento do território,limpeza das florestas e matas vigilância das mesmas,mas tudo isto requer investimento e o dinheiro gasta se desnecessariamente onde não se deve e depois para o essencial não há.Tragédias naturais existem,não se podem evitar mas pode se minimizar os seus estragos desde que haja meios para isso.
  • joao
    18 jun, 2017 porto 23:26
    Bem agora só resta esperar para saber quantos ministros e secretários vão colocar o seu cargo a disposição para que outros talvez consigam fazer algo de útil pela sociedade
  • Filipe
    18 jun, 2017 évora 22:52
    O site do Instituto que gere o tempo dava como alerta Vermelho e era previsível TUDO ! Os da proteção civil e bombeiros deveriam de estar no terreno já em pontos altos e em tendas de campanha com meios preventivos para visualizarem tudo o que pudesse ser para atuarem logo de imediato . NÃO ! Estão nos quartéis sentados a ver se o telefone dos discos pedidos toca . Os ventos sopram a altas velocidades e rajadas ... enquanto vestem as botas e metem os carros a trabalhar para saírem já andou o fogo uns Km´s ... e quando lá chegam ao local e o tempo de a primeira água ser empregue já o fogo está em várias frentes e descontrolado . É certo que depois aparecem aos montes tanta gente para apanharem os mortos , mas é tarde ! Como nas guerras , o exercito não está nos quartéis esperando o inimigo , está no terreno ! Eu pessoalmente demitia este governo PS ou gerigonça INCOMPETENTE !

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