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Danos no Convento de Cristo. Realizador diz que acusações são de "ignorância sem sentido"

05 jun, 2017 - 12:53

Em causa está uma reportagem da RTP, que acusa a produção de Terry Gilliam de ter causado estragos no Convento de Cristo durante a rodagem de um filme. Através da rede social Facebook, o cineasta garante que nunca desrespeitou a arquitectura do Convento de Cristo, "um dos mais gloriosos edifícios" que já viu.

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O realizador norte-americano Terry Gilliam considera de uma "ignorância sem sentido" as acusações de estragos ao Convento de Cristo, em Tomar, alegadamente feitos durante a rodagem do filme "O homem que matou D. Quixote".

Através da rede social Facebook, o cineasta anunciou o final da rodagem do filme - um projecto que tinha em mãos há 17 anos - e sublinhou que nunca desrespeitou a arquitectura do Convento de Cristo, "um dos mais gloriosos edifícios" que disse ter visto.

Em causa está uma reportagem da RTP, emitida na sexta-feira, que acusa a produção de Terry Gilliam de ter causado estragos no Convento de Cristo durante a rodagem do filme, alguns dos quais decorrentes de uma fogueira ateada num claustro do edifício, monumento nacional e classificado como Património Mundial.

"Tudo o que fizemos foi para proteger o edifício de qualquer dano e correu bem. Não foram cortadas árvores e as pedras não foram partidas. A fogueira foi inspirada em Las Fallas [festa típica] de Valência. (...) As pessoas deviam começar por saber dos factos antes de gritarem de forma histérica", escreveu Terry Gilliam.

Por causa da reportagem da RTP, a Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC), que tutela o mosteiro, revelou à agência Lusa que vai abrir um inquérito para apurar a veracidade sobre alegados estragos.

Entretanto, o Bloco de Esquerda requereu uma audição parlamentar do ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, com carácter de urgência.

Para preparar a audição do ministro, o Bloco de Esquerda pede que lhe seja enviado o contrato assinado entre a tutela e a produção cinematográfica em causa, uma lista detalhada dos danos ocorridos durante as filmagens, o estudo de impacto para a realização desta produção no Convento de Cristo.

O ministro da Cultura poderá ser questionado sobre o assunto já na terça-feira, dia em que está marcada uma audição parlamentar para “discussão das políticas no âmbito da cultura” e sobre o ato de vandalismo ocorrido recentemente no parque arqueológico de Foz Côa.

A agência Lusa aguarda ainda resposta a um pedido de esclarecimentos à produtora portuguesa Ukbar Filmes, coprodutora da produção internacional de Terry Gilliam.

"O homem que matou D. Quixote" é uma coprodução entre Portugal, Espanha, França, Bélgica e Inglaterra, com um orçamento total de 16 milhões de euros.

O elenco incluiu Adam Driver, Jonathan Pryce, Stellan Skarsgard, Olga Kurylenko, Rossy de Palma e Joana Ribeiro, além de centenas de figurantes locais.

Com argumento de Terry Gilliam e Tony Grisoni, "O homem que matou Dom Quixote" é uma transposição do conhecido romance de Miguel Cervantes para a actualidade.

A rodagem do filme esteve recentemente envolta em polémica, com processos a decorrer em tribunal entre Terry Gilliam e o anterior produtor português do filme, Paulo Branco.

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  • Joaquim Galvao
    06 jun, 2017 lisboa 14:08
    Que se apure rapidamente a verdade, pois se for verdade que houve estragos, que o Ministro assuma as responsabilidades políticas. Que mais uma vez a culpa não morra solteira a bem da cultura e do Património Português.
  • otário cá da quinta
    05 jun, 2017 coimbra 15:14
    Pois se estragou, há que pagar a recuperação, caso ainda seja possível, não é acontecer o que aconteceu recentemente com Foz Côa.

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