30 mai, 2017 - 11:04 • Filipe d'Avillez
O principal bispo copta do Reino Unido escreveu esta terça-feira uma mensagem dirigida aos terroristas em geral, na sequência dos atentados da semana passada que mataram 28 cristãos no Egipto e 22 pessoas em Manchester.
O bispo Angaelos começa a sua mensagem por dizer que já se dirigiu várias vezes a vítimas e familiares de atentados, mas que desta vez sente a necessidade de falar aos que levam a cabo estes crimes.
“Vocês são amados. Os crimes violentos e mortíferos que levam a cabo são aberrantes e detestáveis, mas VOCÊS são amados”, escreve.
“São amados por Deus, nosso Criador, porque Ele criou-vos na Sua Imagem e de acordo com a sua natureza e vos colocou na terra para fazer coisas muito melhores, de acordo com o seu plano para a humanidade. São amados por mim e por milhões como eu, não por causa do que fazem, mas por causa do que são capazes de fazer na qualidade de criaturas maravilhosas de Deus, que nos criou com uma humanidade partilhada. São amados por mim e por milhões como eu porque eu, e nós, acreditamos na transformação”.
O bispo afirma que a crença na transformação está no centro da mensagem cristã e recorda os muitos casos de pessoas que perseguiam cristãos e acabaram por se converter.
“Esta, claro, está longe de ser a reacção que muitos esperariam, mas a mensagem cristã é precisamente isso, olhar o nosso mundo pelos olhos de Deus, que nos ama e que deseja que todos sejam libertados através dele.”
O bispo Angaelos nasceu na Austrália, filho de pais egípcios. Tornou-se monge e foi mais tarde nomeado bispo da Igreja Copta Ortodoxa, servindo actualmente a comunidade britânica e desempenhando um papel importante em representação da sua Igreja no diálogo ecuménico e inter-religioso.
O atentado da passada sexta-feira no Egipto, na província de Minya, atingiu um grupo de coptas, como são conhecidos os cristãos do Egipto, que estavam a caminho de um mosteiro no deserto. Os autocarros foram emboscados por homens armados e dezenas de pessoas morreram, com outras tantas a ficarem feridas. Muitas das vítimas são crianças.