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Maddie, “nossa Madeleine… dez anos”. McCann esperam por justiça

03 mai, 2017 - 10:02

"Eu penso que é tudo inconcebível. Ainda tenho esperança que no fim a justiça prevaleça e tudo acabe bem", diz Kate McCann numa recente entrevista à BBC.

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Faz esta quarta-feira 10 anos que Madeleine McCann desapareceu do quarto onde dormia, num aldeamento turístico de Lagos, no Algarve. Tinha três anos, quase quatro (nasceu a 12 de Maio).

“Dez anos, não há forma de dizê-lo facilmente, de descrevê-lo, de aceitá-lo… Quando a Madeleine desapareceu, não pensávamos que duraria anos”. Assim começa a mensagem dos pais de Maddie na página oficial criada no Facebook para divulgar notícias relativas ao desaparecimento da criança.

“Shawn Hornbeck foi raptado e mantido em cativeiro durante quatro anos, Natascha Kampusch por mais de oito. E agora nós estamos aqui. Madeleine, nossa Madeleine – 10 anos”, escreve Kate, classificando todo este período como “tempo roubado”.

No texto, escrito pela mãe mas assinado pelo casal, Kate e Gerry afirmam estar a preparar-se “para as próximas semanas” e reconhecem que “será stressante e doloroso recordar velhas histórias”, referindo-se às centenas de artigos publicados na comunicação social, “cheios desinformação, meias verdades e mentiras”.

“Podíamos gastar todo o nosso tempo e energia a defender-nos e a corrigir incorrecções e mentiras, mas esgotaríamos as nossas forças para procurar a Madeleine, cuidar dos nossos outros filhos e viver a nossa vida”, escrevem na página “Official Find Madeleine Campaign”.

O casal afirma, por isso, que seguirá em frente e não desistirá de dar o seu melhor. “Felizmente, existe uma investigação policial activa para encontrar a Madeleine e trazer o seu raptor à justiça”.

Por fim, Kate e Gerry McCann agradecem o “amor, solidariedade e apoio [dado por] tantas pessoas boas na última década”, que fizeram “com que mantivéssemos a fé na bondade humana”.

Porque a polícia não tem nada a comunicar nesta altura, segundo o casal, Kate e Gerry anunciam que irão reduzir ao mínimo a sua presença em programas que assinalem os dez anos de desaparecimento da filha.

Concederam, contudo, uma entrevista à BBC, que começou a ser divulgada no domingo. “Tem sido muito perturbador”, afirma Kate, acrescentando que mantém a esperança de “no fim a justiça prevaleça e tudo acabe bem".

Maddie desapareceu há 10 anos

Passou uma década desde que a mãe de Madeleine McCann deu pelo desaparecimento da filha. Na altura, os pais jantavam com amigos num restaurante perto (50 metros) do apartamento turístico onde estavam alojados, em Lagos, no Algarve.

Maddie dormia com os irmãos gémeos e os pais iam ao quarto de vez em quando, ver se estava tudo bem. Foi numa dessas vezes que Kate deu pelo desaparecimento da filha. Eram 22h00.

Até hoje, ninguém sabe o que realmente aconteceu. A primeira tese – e aquela em que os pais da menina, Kate e Gerry McCan, insistem – foi de rapto. Mas surgiram depois outas, apontando para o alegado envolvimento de Kate e Gerry no desaparecimento da filha.

Um dos defensores desta tese é o antigo inspector da Polícia Judiciária Gonçalo Amaral, que dirigiu a investigação no departamento da PJ em Portimão.

Afastado do processo pouco depois do início da investigação, Gonçalo Amaral publicou um livro passado um ano chamado “Maddie: A verdade da mentira”. Aí defende que terá havido negligência da parte dos pais na guarda e segurança dos filhos e faz revelações sobre o casal McCann, nomeadamente que Kate estaria disposta a revelar a eventual localização do corpo da filha.

O livro não agradou a Kate e Gerry, que colocaram um processo judicial ao antigo inspector e dizem agora que irão recorrer à justiça europeia. Isto, porque o Supremo Tribunal de Justiça confirmou, a 31 Janeiro deste ano, a decisão da Relação em revogar o pagamento de uma indemnização de 500 mil euros por Gonçalo Amaral ao casal.

Caso Maddie. McCann vão recorrer à justiça europeia contra ex-inspector da PJ
Caso Maddie. McCann vão recorrer à justiça europeia contra ex-inspector da PJ

Desde o início, o caso atraiu a atenção da imprensa nacional e internacional, sobretudo, britânica. Para tal contribuíram os conhecimentos do casal McCann, nomeadamente junto de Gordon Brown, primeiro-ministro entre 2007 e 2010, e outras figuras públicas, como David Beckham.

“Find Madeleine” é o nome da campanha lançada desde então, que inclui um site (escrito em quatro línguas, incluindo português) e uma página no Facebook. Passados 10 anos, é aqui que Kate e Gerry lembram a data, numa mensagem emotiva e com recados à comunicação social.

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  • Albano Silva
    03 mai, 2017 Vila Real 19:50
    Piratas, mentirosos compulsivos, em suma " Ingleses "!!!. As Velhas Hienas do Imperialismo...
  • fanã
    03 mai, 2017 aveiro 16:35
    Gonçalo Amaral cometeu o erro de publicar um livro sobre o caso. O casal Mc Cann , cometeu um crime, que foi de deixar trez crianças de baixa idade sós para satisfazerem a vontade de farra e vinho verde. Só isso basta para uma condenação de abandono de menores !....... mas , sim há um "mas " o que mais me impressiona é o descrédito apontado a policia Portuguesa por as suas investigações e conclusões resultantes, quando se sabe que a Policia Inglesa não chegou a nenhuma. Pior ainda é o interesse que estes " Pais " demonstram em obter a todo custo dinheiro por todos os meios possíveis e imaginários de forma incessante . Estou convicto que sabem perfeitamente o que se passou !!!!!!
  • TERESA C.
    03 mai, 2017 LISBOA 15:46
    NÃO PERCEBO PORQUE ME CORTARAM O MEU COMENTÁRIO..... ONDE ESTÁ A LIBERDADE?
  • Professor Martelo
    03 mai, 2017 Amaraleja 15:32
    Eu também. Quando começam a ser julgados por crime de exposição ou abandono, agravado pelo resultado da morte da criança? A justiça portuguesa está na mão de COBARDES!!!
  • antónio carvalho
    03 mai, 2017 amadora 15:31
    Esta questão da vitimização destes indivíduos, que se querem fazer passar por pais responsáveis já parece ridículo aos olhos dos portugueses, não se conseguem passar esta imagem aos olhos dos ingleses. O que sabemos é que foram para os copos, e deixaram crianças de tenra idade sozinhas, e que tudo tem tentado para culpar os portugueses da sua irresponsabilidade. E mais muitos outros fatores que foram noticiados na altura, e que nunca foram esclarecidos.
  • Cangalheiro
    03 mai, 2017 Fim do Mundo 15:16
    Anda gente aqui a comparar o caso do casal chinês em que havia corpo e tudo. Aqui não há corpo nenhum. Não se sabe o que aconteceu. No máximo seria homicídio por negligência, ocultação de cadáver etc mas para isso era preciso haver pelo menos um corpo. Onde é que ele está? Ainda podiam ir buscar o caso do rei Ghob que também não encontraram os corpos, mas não. Foram buscar o caso do casal chinês. Péssima comparação. A única semelhança é que parece que houve negligência dos pais para com os filhos aos deixa-los sozinhos. Nada mais.
  • antonio
    03 mai, 2017 Porto 15:05
    Onde para o Rui Pedro,de Lousada?Alguém se importa com isso tirando a luta tenaz que a mãe tem movido a cabo para o encontrar?Não tem influência como os británicos não é?E a nossa comunicação social tão subserviente,e o livro retirado de Gonçalo Amaral?
  • Barros
    03 mai, 2017 Resende 14:22
    Justiça?? Mas que Justiça?? Culpados à força toda e sabem bem o que fizeram. São uns hipócritas e cínicos
  • Antonio MORGADO
    03 mai, 2017 PALMELA 14:13
    como esses senhores dizem era bom que o misterio que para mim não é mistério se desvendasse , mas era bom mesmo que eles fossem presos de vez, em vez de andarem por ai de televisão em televisão a manifestarem se como coitadinhos
  • Jorge silva
    03 mai, 2017 Lisboa 14:05
    É preciso ter muita lata....

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