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Alvin Plantinga vence prémio Templeton 2017

25 abr, 2017 - 20:43 • Filipe d'Avillez

Filósofo americano que escreveu sobre “Deus, a Liberdade e o Mal” foi reconhecido pelo prémio que distingue alguém que contribuiu para a afirmação da dimensão espiritual da vida.

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O filósofo americano Alvin Plantinga venceu esta terça-feira o prémio Templeton, um dos mais importantes na área da religião, no valor de quase 1,3 milhões de euros.

Plantinga, de 84 anos, foi professor na Universidade de Notre Dame, nos Estados Unidos e é um dos mais reputados filósofos contemporâneos a falar de assuntos religiosos.

“Alvin Plantinga reconheceu que não só a crença religiosa é compatível com trabalho filosófico sério, como pode contribuir de forma crucial para a abordagem de problemas perenes da filosofia”, disse a Fundação Templeton num comunicado publicado esta terça-feira, em que dá conta do prémio, assinado por Heather Templeton Dill.

A influência de Plantinga, diz ainda a fundação, fez com que deixasse de ser peculiar os filósofos deixarem-se influenciar pelas suas crenças religiosas. Plantinga é protestante, de tradição holandesa reformada.

A fundação destaca o trabalho de Plantinga no problema do mal, ou seja, a compatibilização entre a noção de um Deus benévolo e a existência de mal no mundo. No seu livro de 1973, “Deus, a Liberdade e o Mal”, Plantinga argumenta que um Deus que respeite a liberdade das suas criaturas não pode determinar o seu comportamento e por isso nem um Deus omnipotente seria capaz de criar um mundo me que todas as criaturas escolheriam sempre, de forma livre, praticar o bem.

Essa obra, diz a mensagem da fundação, contribuiu para “resolver” o problema lógico do mal contra o teísmo.

Num primeiro comentário depois de ter sido anunciado o prémio, Plantinga limitou-se a dizer que ficaria “muito satisfeito” caso se confirme que o seu trabalho impactou o mundo da filosofia. “Espero que a notícia do prémio encoraje jovens filósofos, sobretudo os que usam perspectivas cristãs ou teístas no seu trabalho, a serem mais criativos, íntegros e ousados”, concluiu.

O Prémio Templeton foi criado em 1972 por John Templeton e já distinguiu personalidades das mais diversas áreas, incluindo Madre Teresa de Calcutá, Aleksander Solzhenitsyn, Desmond Tutu e, no ano passado, o rabino Jonathan Sacks do Reino Unido.

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